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Gestor geral da Santa Casa, Mozart Marciano (centro) e médicos do hospital durante entrevista coletiva: expectativa é que redução dos casos de Covid-19 em Bariri ocorra em 10 dias – Robertinho Coletta/Candeia

Alcir Zago

Bariri literalmente parou por quatro dias – das 6h de 12 de março às 6h de 16 de março – para cumprimento das medidas restritivas de lockdown a fim de diminuir a disseminação do novo coronavírus. Atuaram na fiscalização e cumprimento das normas servidores públicos municipais, policiais civis e militares e bombeiros.

Entre os dias 11 e 15 de março a administração municipal realizou coletivas de imprensa na Câmara Municipal para informar o andamento das ações. Na última reunião, na segunda-feira (15), o prefeito Abelardo Maurício Martins Simões Filho (MDB) disse que o resultado do lockdown foi de 90%.

Mesmo considerando que algumas pessoas saíram de casa para o trabalho, para ir à drogaria ou hospital ou ainda para atividades em que não precisariam deixar o lar, a maioria da população aderiu às medidas de restrição.

Nas duas barreiras sanitárias montadas em Bariri (perto do viaduto da SP-304 e na saída para Boraceia, pela SP-261), os servidores da Saúde depararam com pessoas com temperatura alta (orientadas a procurar atendimento médico) e até mesmo com pessoa com exame positivo para Covid-19. Transitando pelas duas da cidade, poderia transmitir o vírus para outros.

Boraceia e Itaju seguiram a decisão tomada por Bariri e também fecharam a maioria dos serviços e o comércio.

Após decretar lockdown por dez dias entre o fim de fevereiro e o começo de março, a prefeitura de Araraquara registrou queda de 50% na transmissão do vírus, de 43% na média móvel diária de casos e de 28% na quantidade de internações. Medidas mais restritivas de maior alcance (para estados e até para o País todo) são defendidas por vários médicos e especialistas.

O gestor geral da Santa Casa de Bariri, Mozart Marciano, relatou em diversos momentos das entrevistas coletivas que o resultado da paralisação das atividades em Bariri deverá ser sentido a partir de 10 dias, quando será esperada a queda na transmissão do vírus e impedir que a Santa Casa entre num colapso ainda maior.

O hospital baririense disponibilizou oito leitos de enfermaria para Covid-19, mas nas últimas semanas passou a atender mais de 200% disso. Houve necessidade de colocar pacientes nos corredores, separando outros com doenças diferentes.

Abelardinho Simões comentou também que o gasto com medicamentos era de R$ 100 mil por mês. Devido à grande procura pelo hospital, as despesas com remédios passaram a ser de R$ 100 mil por semana.

Mais importante que ter um leito para tratamento da doença é impedir o contágio com o vírus. Neste ano, independentemente da idade e da boa saúde, o vírus tem se mostrado muito agressivo, levando pessoas saudáveis à morte de forma rápida.

 

120% a mais de mortes

 

De acordo com o informe epidemiológico da Diretoria Municipal de Saúde, desde o início da pandemia até o fim de 2020 Bariri havia registrado 28 mortes relacionadas à Covid-19. No boletim de quarta-feira (17) os óbitos saltaram para 62 (aumento superior a 120%).

A equipe médica que participou da última entrevista coletiva, na segunda-feira (15), comentou que o fato de o novo coronavírus atingir com mais gravidade pessoas mais jovens faz com que os leitos de enfermaria e semi-UTI sejam utilizados por mais tempo. Além disso, a nova variante da doença tem resultado mais devastador, mesmo em pessoas jovens e sem comorbidades.

Os casos positivos do novo coronavírus passaram de 1.462 em todo o ano de 2020 para 2.475 até meados dessa semana (crescimento de 69%).

Em relação aos curados, eram 1.429 moradores de Bariri que venceram a Covid em todo o ano passado. Agora, o total é de 2.324 (aumento de 62%).

Já os exames negativos passaram de 6.222 em 2020 para 6.988 até quarta-feira, dia 17 (alta de 12%).

 

29 municípios restringem atividades

 

Durante coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (17) no Palácio dos Bandeirantes, o governo de São Paulo fez atualizações quanto ao enfrentamento à Covid-19 e sobre as consequências sanitárias e econômicas da pandemia para o Estado.

Na oportunidade, a Secretaria de Desenvolvimento Regional confirmou que, até aquela data, ao menos 29 municípios optaram por adotar medidas ainda mais restritivas do que as já previstas no Plano São Paulo para conter o avanço do contágio do novo coronavírus.

“Segundo entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal), os municípios podem adotar restrições mais rígidas face ao decreto estadual em vigor. Hoje, 29 cidades paulistas estão estabelecendo maiores restrições, que, inclusive, têm total apoio do Governo do Estado. Araraquara, Campinas, Ribeirão Preto, Santos, São José do Rio Preto, Lins e Batatais são exemplos de municípios que estão adotando tais medidas, de acordo com o que nos foi informado por meio de nossos escritórios regionais”, afirmou o chefe da pasta, Marco Vinholi.

O secretário também lembrou em entrevista aos jornalistas que, desde o início da fase emergencial (na segunda-feira, 15) do Plano São Paulo tem havido forte mobilização por parte das cidades ante aglomerações e à realização de atividades irregulares e clandestinas.

O Estado vem contribuindo com as cidades por meio da atuação de equipes da Secretaria de Segurança Pública, Procon e Vigilância Sanitária, sobretudo nos trabalhos de fiscalização e de autuação:

Até quarta-feira, 10.756 pacientes com covid estavam internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Estado e 14.236, em enfermaria. Além disso, 67 cidades paulistas já atingiram a capacidade máxima de leitos intensivos ocupados por quem enfrenta o novo coronavírus.

Enquanto isso, o índice de isolamento social no Estado é de 44%, ao passo em que a taxa de ocupação de leitos intensivos está em 90,6% na Região Metropolitana do Estado de São Paulo, e de 89,9% no Estado.

Ante à semana anterior, houve elevação de novos casos de Covid-19 em 2,5%. Os óbitos aumentaram em 6,9%, e as novas internações, 6,4.

 

Fonte: Governo do Estado de São Paulo