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Márcio Alves criticou os vereadores da oposição, listou obras na sua gestão e defendeu subsídio de vereador no valor de um salário mínimo – Alcir Zago/Candeia

A presença do ex-chefe do setor de Infraestrutura da Prefeitura de Bariri, Marcio Aparecido Alves Júnior, conhecido como Marcinho Delfino, na última sessão de Câmara, causou polêmica.
Ele utilizou a Tribuna da Câmara para criticar a atitude de alguns vereadores, em especial dos que compõem a bancada da oposição. Ainda listou obras realizadas durante a sua gestão e propôs projeto que reduz o subsídio dos vereadores.
O vereador Francisco Leandro Gonzalez (Cidadania) reagiu logo que o presidente da Casa, Ricardo Prearo (DEM) anunciou a presença do assessor. Disse que esteve na secretaria na Câmara à tarde, antes da sessão, e que não havia requerimento solicitando o uso da tribuna. “Agora estão escondendo as coisas aqui?”.
Disse também que não ia ouvir “um cidadão que profere xingamentos contra essa Casa, contra munícipes, e que é marionete do prefeito”. E imediatamente deixou a sala de sessão, acompanhado de outros quatro vereadores: Armando Perazzelli (PV); Leandro Antonio Folieni (PSDB), Luís Carlos de Paula (MDB) e Vagner Mateus Ferreira (PSD).
Prearo afirmou que a autorização é atribuição do presidente e desmentiu a acusação de Gonzalez. Afirmou que desde às 14h, quando esteve na Câmara, já havia o requerimento solicitando o uso da Tribuna. “O registro de protocolo pode provar isso. Aqui ninguém brinca, há transparência e todos têm o mesmo direito. Gonzalez é mentiroso e foi leviano”, disse o presidente.
No entanto, alertou Alves Jr. que não seriam tolerados assuntos de cunho pessoal na Tribuna. “O espaço é reservado para temas de interesse público”, ressaltou.
Em sua fala, Marcio Alves criticou a decisão dos vereadores que deixaram a sessão. “É contra essa atitude que estou aqui. Eles utilizam esse lugar para fazer palanque contra a atual administração”, comentou.
O assessor ainda acusou os mesmos vereadores de ofender as pessoas que apoiam a atual administração ao dizer que elas não têm capacidade para exercer cargos públicos.
Alves Jr. disse que durante um ano e meio que esteve à frente da Infraestrutura, o setor realizou reforma no Lago Municipal e em duas praças públicas (Jardim do Morro e Vila São José), além do recape em vias públicas como Rua São João e Palmares. Afirmou que o recape da Avenida Centenário está etapa de licitação.
Quando fez menção de responder supostas acusações que haviam sido feitas em sessão anterior por integrantes da oposição (“mesmo que não tenham citado diretamente meu nome”), o presidente interrompeu, ratificando a exclusividade de tema de interesse público.
O ex-assessor então finalizou a fala defendendo a aprovação de projeto de lei que reduz o subsídio de vereadores ao valor de um salário mínimo. “Eles têm poucas atribuições e somente trabalham duas vezes ao ano. Não merecem receber R$ 1.600,00 mensais”, concluiu.

Cinco vereadores deixaram a sessão no momento em que o ex-assessor utilizou a tribuna da Câmara – Alcir Zago/Candeia