Alcir Zago
A estatística policial relacionada a Bariri em 2019 traz dois cenários distintos. Embora a maioria dos indicadores tenha melhorado, o ano foi marcado por seis crimes violentos, que chocaram a cidade e até mesmo o País.
A Fundação Seade disponibiliza dados de criminalidade a partir de 2001. Até 2018, somente em dois anos houve quatro ocorrências em que pessoas perderam a vida por causa de homicídio doloso e latrocínio em Bariri: 2006 (dois homicídios dolosos – com intenção de matar – e dois latrocínios) e 2012 (quatro homicídios dolosos). Nos demais anos os delitos dessa gravidade foram inferiores a esse montante.
No caso de furto, foram registrados 383 casos em 2018 e 330 no ano passado (queda de quase 14%). Os roubos caíram de 30 para 12 (redução de 60%).
Em relação à produtividade policial, o combate ao tráfico de drogas aumentou 18,7% entre 2018 e o ano passado e o porte de entorpecentes cresceu 11%.
Para o capitão Alexandre Andrade, comandante da 3ª companhia do 27º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPMI), deve ser ressaltado a melhora da eficiência da atividade policial, pois somente a PM, nesta companhia, teve uma diminuição no efetivo de 20% e mesmo assim conseguiu manter a mesma produtividade, com muita pouca variação.
Segundo ele, como reflexo no aspecto criminal houve diminuição em todo o Estado de São Paulo na maioria dos indicadores mensurados, assim também ocorreu por Bariri.
Quanto aos casos com mortes violentas no município em 2019, capitão Alexandre afirma que são de difícil prevenção, mas que houve resposta imediata com a prisão dos autores.
Homicídios e latrocínios
O primeiro crime violento em 2019 ocorreu no dia 11 de janeiro. Júlio Cesar da Silva, 38 anos, conhecido por Chocolate, deu entrada na Santa Casa de Jaú três dias antes com ferimentos nas pernas, braços, costas e cabeça.
Conforme o boletim de ocorrência, ele foi espancado com golpes de madeira e arremessos de telha por três suspeitos na Avenida Doutor Antônio Galízia, no bairro Livramento, em Bariri.
As agressões teriam sido motivadas por dívida de R$ 10 em droga. No mês seguinte a Polícia Civil de Bariri prendeu três pessoas acusadas do crime.
No dia 2 de julho Cesar de Aguiar, 66 anos, foi detido pela PM por supostamente ter provocado a morte do advogado Guido Sérgio Basso, 61 anos, morador de Bastos. Depois, Aguiar foi colocado em liberdade em audiência de custódia.
As partes tiveram entrevero após Basso ter entrado em imóvel onde estava Aguiar no centro de Bariri. A casa foi adquirida pelo advogado em leilão. O intuito de Basso era fazer medições da residência para unificação de escrituras.
No dia 24 de agosto a estudante Mariana Forti Bazza, 19 anos, foi vítima de latrocínio. Câmeras de segurança e uma foto tirada por ela de um homem que ofereceu ajuda para trocar um pneu furado levaram a polícia até Rodrigo Pereira Alves, 37 anos. O crime revoltou não só Bariri, como todo o País. O autor está preso preventivamente e irá responder por latrocínio, estupro e ocultação de cadáver.
No dia 6 de outubro o ajudante Luis Isaias Zago, 35 anos, foi morto com golpes de faca após briga num bar situado na Rua Paschoal Bolini, no Jardim Paulista, em Bariri. O acusado, o pedreiro José Ferreira Costa, 64 anos, foi socorrido no pronto-socorro de Bariri e depois foi preso. Em audiência de custódia, a Justiça determinou que o pedreiro respondesse ao crime em liberdade.
Na noite de 16 de novembro o agricultor Airton Carlos Gatto Gerlin, 73 anos, morreu após dois ladrões terem invadido sua casa, situada na Avenida João Lemos, no centro de Bariri.
Quando os ladrões andavam pela Rua Dom Pedro II, a uma quadra do local do crime, policiais militares decidiram abordar os homens por estarem em atitude suspeita. Daby Juliano, 24 anos, foi detido e confessou o delito, levando os PMs à casa do agricultor. Vitor Gabriel Ferraz, 19 anos, se entregou a polícia.
No dia 17 de novembro a manicure Taís Carla Mosconi, 28 anos, foi morta por disparos de arma de fogo em frente da Santa Casa de Bariri.
Policiais militares detiveram Natália Vitória Moreira Dias, 19 anos, no interior de um ônibus, quando ela tentava fugir da cidade. A mulher confessou ter sido a autora dos disparos, entregando o revólver calibre 38 usado no crime aos policiais.
O ex-marido de Taís, Daniel Henrique Ferreira, 41 anos, foi preso na noite do crime, após se entregar à polícia.
Comparativo das ocorrências em Bariri
Tipo de ocorrência 2018 2019 Variação(%)
Homicídio doloso 0 4 -x-
Latrocínio 0 2 -x-
Lesão corporal dolosa 148 137 -7,4
Lesão corporal culposa por acidente de trânsito 42 33 -21,4
Estupro 1 0 -x-
Estupro de vulnerável 7 9 28,5
Roubo 30 12 -60,0
Roubo de veículos 6 2 -66,6
Furto 383 330 -13,8
Furto de veículos 18 20 11,1
Produtividade policial 2018 2019 Variação(%)
Porte de entorpecentes 18 20 11,1
Tráfico de entorpecentes 48 57 18,7
Porte ilegal de arma 8 3 -62,5
Armas de fogo apreendidas 13 13 0,0
Flagrantes lavrados 95 93 -2,1
Infratores apreendidos em flagrante 19 16 -15,7
Pessoas presas em flagrante 104 103 -0,9
Pessoas presas por mandado 71 59 -16,9
Prisões efetuadas 166 152 -8,4
Veículos recuperados 25 14 -44,0
Inquéritos policiais instaurados 302 285 -5,6
Fonte: SSP