Moradores das imediações do Bar da Forquilha encaminharam representação ao Ministério Público (MP) reclamando do trânsito de caminhões canavieiros no final da Rua Sete de Setembro, Jardim Umuarama e Jardim Morumbi, em Bariri.
O promotor de Justiça Silvio Brandini Barbagalo, que está auxiliando nos trabalhos no município, colheu informações preliminares e encaminhou ofício à Prefeitura e à Câmara de Bariri para que indiquem a possibilidade de alternativas de trânsito a fim de que veículos de grande porte não transitem no local.
No caso do Legislativo, a contribuição é dentro das atribuições legais da Casa. O prazo de 30 dias dado pelo MP termina no fim de novembro.
No dia 20 de outubro o promotor de Justiça realizou reunião com alguns moradores, comerciantes e empresários que possuem endereço nas proximidades. Eles relataram que os fatos são de longa data, foram amenizados recentemente, no entanto, não receberam a devida atenção do poder público.
De acordo com o MP, a questão não se resume ao trânsito de caminhões no local, mas também afetam a saúde em geral das pessoas que moram ou trabalham nas imediações.
Há ainda problemas de segurança, já que numa ocasião caminhão derrubou fiação e um poste, poeira, barro e parte da carga que às vezes cai dos caminhões.
Por fim, a Promotoria de Justiça verificou prejuízo causado ao erário com o trânsito de caminhões pesados, sem qualquer cuidado com o peso, deteriorando o asfalto.
Na solução para o impasse, o MP leva em consideração que a atividade empresarial que causa o problema é importante para a economia da cidade. Por isso, devem ser adotadas alternativas para o trânsito em local que não cause tumulto.
Impasse e reunião
No início de setembro deste ano o Candeia acompanhou de perto impasse gerado pelo transporte de produtos agrícolas pela estrada vicinal do Palmital, em Bariri.
No dia 2 de setembro o clima esquentou nas imediações do Bar da Forquilha. O presidente da Câmara de Bariri, Airton Luis Pegoraro (MDB) disse em sessão legislativa que foi chamado pelos agricultores para tentar resolver o problema. Questionou o motivo pelo qual houve proibição para passagem de caminhões pelo local e disse que os agricultores estão arcando com prejuízos por causa do desvio no escoamento de produtos e atraso no corte da cana-de-açúcar.
Pegoraro afirmou que um desvio de 1 quilômetro da Estrada do Palmital até a Estrada da Boa Vista resolveria o problema.
No dia 2 de setembro moradores e pessoas que estavam no final da Rua Sete de Setembro fizeram ameaças para que caminhões carregados com cana-de-açúcar não passassem pelo local.
Na ocasião, o prefeito Abelardo Maurício Martins Simões Filho (MDB) disse que não seria autorizada a passagem dos veículos pela vicinal, que acabara de ser pavimentada.
Diante do impasse, a DCBio e outras empresas decidiram suspender o corte e transporte de cana.
No dia 5 de setembro diretores da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (Assobari) e um grupo de agricultores tiveram um encontro com Abelardo na Câmara de Bariri. Pegoraro também participou da reunião.
Os agricultores reclamaram que desde o início de agosto haviam solicitado empenho do Executivo para o problema do escoamento de produtos no local, mas não tiveram a devida atenção. Outro apontamento são os gastos excessivos com o transporte por causa da necessidade de usarem desvios.
Abelardo disse na ocasião que houve paralisação do serviço no campo para evitar um confronto entre trabalhadores e moradores.
À época, o prefeito se comprometeu com os agricultores que haveria um esforço conjunto para a passagem dos caminhões por dentro de propriedades rurais perto da área urbana, no entanto, as conversas não evoluíram, a ponto de alguns moradores da região terem procurado o MP.