Composição 1_1

Karina Marcuci – “O autoconhecimento é um dos principais benefícios da hipnose, já que a pessoa consegue respostas sobre seu perfil de comportamento”

 

Buscar mais sentido para os desafios da vida ou superar tensões emocionais. Estes contextos têm levado muita gente a recorrer ao tratamento de hipnoterapia, até pouco tempo desconhecido por muita gente. A prática consiste em deixar a consciência livre de julgamentos para resolver e ressignificar as marcas deixadas por emoções vividas no passado. A psicóloga e hipnoterapeuta Karina Marcuci, que faz atendimentos presenciais em Bauru, região e também on-line para todo o Brasil e até para o exterior, ressalta que a hipnoterapia traz à tona os motivos que moldam as reações das pessoas perante as várias situações vividas no dia a dia. O comportamento durante uma discussão, por exemplo. Graduada em Psicologia, é especialista em Avaliação Psicológica e Terapias Cognitivas; também em Neurociência e Comportamento (PUC-RS), em Hipnose Clínica Avançada e hipnoterapeuta com formação e certificação pela OMNI, Hipnose Clínica, além de ser membro da NGH (National Guild of Hypnotists como Certified Hypnoterapist).

Candeia – O que é hipnose?

Karina – Trata-se de um estado natural da consciência que também pode ser induzido em consultório. E o trabalho tem foco no problema a ser resolvido, naquilo que provoca desconforto. Quem decide o que quer cuidar é a própria pessoa. O cérebro guarda o que aconteceu, preservando o momento e a forma do fato vivenciado. A experiência fica ali, armazenada. Ainda que não nos lembremos, vai emergir no momento oportuno e se manifestar como uma trava, determinando nossas reações.

 

Candeia – Quais as vantagens da hipnoterapia?

Karina – Com base em técnicas, levamos o paciente a um estado alterado de consciência para promover as mudanças que ele busca. O autoconhecimento é um dos principais benefícios da hipnose, já que a pessoa consegue respostas sobre seu perfil de comportamento. Além disso, uma vida mais plena e cheia de sentido.

 

Candeia – Quantas sessões de hipnoterapia são necessárias em média?

Karina – Em geral, a hipnoterapia é procurada para aliviar os sintomas da depressão, ansiedade e estresse, já que só aumenta no País e em todo o mundo o número de pessoas afetadas por esses problemas emocionais. Em muitos casos, resolver o sofrimento do paciente não é tão complexo quanto parece. Em média, três sessões são suficientes para concluir o tratamento.

 

Candeia – A hipnose pode tirar os medos de uma só vez, rapidamente?

Karina – Para a hipnoterapia ser eficaz, é preciso que o paciente esteja realmente disposto a organizar sua bagagem interior. Aliás, é a primeira porta de acesso para rever conteúdos e resolver as travas acumuladas ao longo da vida. Foi o que aconteceu com um paciente meu, que chegou ao consultório com queixa de ansiedade. Durante a hipnoterapia, ele conseguiu relatar que aos 3 anos de idade viveu uma situação de medo e impotência. Essa pessoa, criança na época, esteve em um ambiente fechado com um inseto, possivelmente uma barata. Como não alcançava a porta para sair, seu cérebro registrou uma emoção de muito medo, que a paralisa até hoje diante de situações em que perde o controle. É o que explica sua ansiedade hoje. Na época, a mente dela não estava preparada para lidar com essa situação.

 

Candeia – Quais os resultados práticos da hipnoterapia?

Karina – A hipnoterapia traz à tona os motivos que moldam as reações das pessoas perante as várias situações vividas no dia a dia. O comportamento durante uma discussão, por exemplo, é determinado por emoções passadas e registradas pelo cérebro. A hipnose investiga essas emoções que foram guardadas exatamente como e quando aconteceram. São elas que nos motivam a agir da forma que agimos. Tendo essa consciência, o paciente ganha autoconfiança, autoestima e plenitude na vida.

 

Candeia – A pessoa irá se lembrar de tudo o que se passou durante o transe?

Karina – Durante a sessão, promovemos um leve rebaixamento da consciência. O paciente tem total controle da situação, já que a hipnose é intencional, não forçada. Esse rebaixamento é para que a pessoa tenha menos o seu fator crítico atuante, o qual é cheio de ‘nãos’, que acabam dirigindo e impedindo o sujeito de mudar.