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Giuliano Griso – “É um requisito que o Ministério do Desenvolvimento Regional requer de toda cidade para conseguirmos fazer moradia habitacional”

 

O diretor municipal de Obras, Giuliano Griso, 45 anos, pretende disponibilizar programa de computador para fazer o levantamento da demanda por moradia em Bariri. Segundo ele, sem esse diagnóstico não é possível construir casas no município. Outras prioridades dele são dotar os prédios públicos do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e deixar as escolas municipais em condições de receberem aulas presenciais. Griso é advogado há 20 anos, quase todo período dedicado à construção civil. É sócio de escritório que atua no suporte na área da habitação, sempre em relação aos programas habitacionais da Caixa Federal. No momento, em decorrência do cargo que ocupa na prefeitura de Bariri, está afastado das funções no escritório de advocacia. Também atuou como secretário da Habitação de Jaú.

 

Candeia – Quais os desafios à frente da Diretoria Municipal de Obras?

Griso – A maioria dos desafios é que muitos projetos estavam parados. Muitos prédios públicos não dispõem de acessibilidade e nem do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Em relação às obras de recapeamento, licitadas no ano passado, a empresa vencedora precisa entregar uma série de documentos à Caixa Econômica Federal. Estamos buscando alinhar e suprir todas as pendências. Em Bariri, são distintas as diretorias de Obras e Infraestrutura, mas deveriam ser uma pasta única. É necessário que essas duas diretorias sejam fundidas. Outra coisa que me chamou a atenção é que Bariri, uma cidade voltada ao agronegócio, não tem uma secretaria da Agricultura. Esse tipo de pasta tem verbas próprias. Em Bariri são quase 500 quilômetros de estradas rurais.

 

Candeia – Há prazo para o andamento das obras de recapeamento e obtenção dos AVCBs?

Griso – Dos prédios públicos estamos fazendo todo o levantamento. Estamos em contato com o Corpo de Bombeiros para buscar resolver o problema dos AVCBs de todos os prédios públicos, inclusive do estádio municipal, situação que não é complicada. Vamos priorizar pelos locais que estão numa situação mais fácil de resolver. Com relação ao recapeamento, mantivemos contato com a Caixa Econômica Federal em Bauru para levantar toda a documentação necessária.

 

Candeia – A Diretoria de Obras tem atuado na operação tapa-buraco em Bariri?

Griso – É uma atribuição da Diretoria de Municipal de Infraestrutura, mas essa pasta e Obras andam juntas. Aqui com a gente saem todos os serviços de reforma de prédios públicos. Para o tapa-buraco, a usina já está em funcionamento. Fizemos contratação de massa asfáltica, e o serviço já está na rua.

 

Candeia – A Diretoria de Educação relatou que as escolas municipais necessitam de melhoria na infraestrutura para as aulas presenciais. Qual a situação verificada pelo senhor e quais as medidas que serão tomadas em relação aos prédios?

Griso – Assim que o prefeito Abelardo assumiu o governo ele nos deu esse serviço como prioridade. Até porque a previsão de voltas às aulas inicialmente era fevereiro. Esperamos que as aulas voltem presencialmente em março, se for possível, até porque não podemos colocar em risco a saúde da população e das crianças. Quando assumi a diretoria, as escolas estavam fechadas e sem manutenção. Tivemos muitos problemas, desde ninho de passarinho em cima de forro da escola Euclydes Moreira da Silva. Há um grande risco de pegar fogo no colégio. Outros problemas foram muro prestes a cair, azulejos soltando em refeitório e sala de professores, creche com acúmulo de água. Estamos fazendo todos os reparos para que em março os prédios escolares estejam aptos para o retorno das aulas.

 

Candeia – O governo anterior iniciou reforma do Hospital São José. Já a atual administração municipal suspendeu os serviços para avaliar o interesse público no projeto. Em que pé está essa análise?

Griso – O prefeito Abelardo soltou uma notificação parando essa obra. Uma informação que chegou esta semana é que houve apontamento do Tribunal de Contas do Estado em relação a essa obra. Outras obras da administração anterior também foram paralisadas para podermos pedir explicações para quem ganhou os contratos. A ideia é que viessem à prefeitura e colocassem suas razões, para que possamos tomar pé da situação e liberar o que será feito.

 

Candeia – A prefeitura obteve licença prévia junto à Cetesb para disposição de resíduos da construção civil em área entre Bariri e Itaju, onde havia lixão. Por que a prefeitura decidiu usar o local para receber esse tipo de material? Qual a expectativa com as outras licenças ambientais?

Griso – Na área de transbordo há uma bacia muito profunda. Com as chuvas, acentuam-se as erosões. Para nivelar a área como um todo, conseguimos a licença no órgão ambiental, que é a Cetesb, para irmos aterrando com material de construção. Lá, continua como área de transbordo, devidamente licenciada. A prefeitura viabilizou outra área para fazer o depósito de lixo doméstico. Temos as licenças da Cetesb. Vamos ver a melhor opção: terceirizar o serviço ou a prefeitura tocar o trabalho. Vamos soltar a ordem de serviço para as obras no local (entre Bariri e Bocaina). Futuramente o terreno entre Bariri e Itaju deixará de ser área de transbordo.

 

Candeia – O Executivo e o Ministério Público firmaram Termo de Ajustamento de Conduta em relação a local conhecido por Buracão, com objetivo de encerramento da exploração de argila que houve na área. Que providências a administração municipal está tomando para o cumprimento desse TAC?

Griso – A informação que obtive é que foi doada uma parte da área pela empresa. A outra parte não teria a documentação e nem escritura. Estamos providenciando os documentos para atender ao TAC e trazer a área para o município. Parte da população joga entulho no local. Há outro TAC em relação a isso, e estamos fazendo a limpeza do buracão. A ideia é utilizar resíduos de material de construção para o encerramento do buracão. Não consigo fazer licenciamento ou iniciar a operação se efetivamente a área não for nossa.

 

Candeia – Há outros projetos em estudo pela diretoria?

Griso – Há muitos anos não são feitos conjuntos habitacionais em Bariri. Assim como em Jaú, estamos implantando um sistema de demanda habitacional para fazer o levantamento de toda população que vive no aluguel, em casa cedida ou com os pais. É um programa de computador para a população preencher durante um período. Com isso, teremos um levantamento de quantas casas serão necessárias. É um requisito que o Ministério do Desenvolvimento Regional requer de toda cidade para conseguirmos fazer moradia habitacional.