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Jerri de Souza Neiva – “Feito o inventário inicial por setores, está sendo constatada a ‘falta’ de muitos equipamentos. Determinei novo levantamento que ao seu final nos dará a real posição”

 

Na semana em que Itaju comemora seu 68º aniversário (a data é 20 de janeiro, dia de São Sebastião), o Candeia entrevista o prefeito do município, Jerri de Souza Neiva (PSDB). Ele e sua equipe de governo tomaram posse em solenidade realizada no dia 1º de janeiro. Como a transição de governo não foi realizada de forma ampla, Jerri tomou conhecimento da situação da prefeitura nos últimos dias. Segundo ele, o que causa mais preocupação é a questão do “patrimônio público”. “Feito o inventário inicial por setores, está sendo constatada a ‘falta’ de muitos equipamentos. Determinei novo levantamento que ao seu final nos dará a real posição: ‘desorganização ou falta de registros atualizados’”, diz ele. Além dessa área, o prefeito pretende focar inicialmente na saúde e na geração de emprego. Nascido e criado em São Paulo, com 50 anos de idade, Jerri é formado em desenho publicitário (curso técnico na Escola Panamericana em São Paulo). Depois de trabalhar na iniciativa privada, atuou nos últimos anos como assessor do deputado Mendes Thame e também um período de passagem pela prefeitura de Itaju. É casado com a ex-prefeita de Itaju Fátima Terezinha Camargo Guimarães e em novembro do ano passado disputou sua primeira eleição.

 

Candeia – O senhor conseguiu obter informações sobre o andamento das questões relacionadas à prefeitura após as eleições? Considera que houve ou não transição em Itaju?

Jerri – Após a posse estou tendo acesso às informações mais completas. Considero que não houve transição em Itaju porque embora tenha conversado “extraoficialmente” com alguns servidores no período, muitas informações só tivemos acesso nesses últimos dias. Lembrando que, quando solicitamos a transição fomos oficiados que poderíamos obtê-las através das publicações na Lei de Transparência.

 

Candeia – Após a posse, qual a situação que sua equipe encontrou na administração?

Jerri – Ainda estamos tomando conhecimento da situação atual, afinal só se passaram oito dias de efetivo trabalho presencial, mas em princípio um dos assuntos que mais me preocupa é a questão do “patrimônio público”. Feito o inventário inicial por setores, está sendo constatada a “falta” de muitos equipamentos. Determinei novo levantamento que ao seu final nos dará a real posição: “desorganização ou falta de registros atualizados”. Preocupação também com processos trabalhistas contra a prefeitura de Itaju, que se tratando de um município de pequeno porte, nos parece inicialmente um número elevado. Constatamos também um número excessivo de procura por atendimento social, o que reflete em muitos casos o alto índice de desemprego. Na saúde, uma listagem grande de pacientes aguardando há tempos exames e cirurgias. Em oito dias esses são alguns dos pontos levantados. Temos consciência que há muito a ser feito e que estamos num período inicial onde a “mudança” pode gerar algumas resistências.

 

Candeia – Durante a campanha o senhor relatou ao jornal que iria atuar inicialmente no término de obras começadas e não concluídas e em mudanças na forma de encaminhamento dos serviços públicos. Agora eleito, como pretende realizar esse trabalho?

Jerri – Sim, com certeza continuo com intenção de terminar obras começadas. Exemplo disso é no Distrito Industrial que nessa primeira semana já determinamos a urgência na continuidade da licitação para o asfaltamento da via de acesso ao Distrito Industrial (licitação aberta em 30 de dezembro de 2020), bem como obras de drenagem no terreno que após estudos técnicos já autorizamos a abertura de licitação para a devida construção. O mesmo procedimento ocorrerá se porventura detectarmos mais casos de obras em andamento. Quanto à forma de realização dos trabalhos estamos nesses primeiros dias “estabelecendo responsabilidades” porque, ao nosso ver, setores onde “todo mundo manda” o trabalho não caminha. Restabelecer hierarquias com responsabilização.

 

Candeia – Quais as outras prioridades de seu governo no início da gestão?

Jerri – Prioridade à saúde pública. Em época de pandemia e também com demanda reprimida de exames, encaminhamentos e atendimentos é para nós questão de urgência encaminhar ações para amenizar esses problemas. Determinei nessa primeira semana a contratação emergencial de médico (que acreditamos ser concretizado brevemente) e já nos reunimos com empresas que terceirizam serviços de suporte a ações de saúde porque acredito na modernização do sistema como agilização de trabalhos. Geração de empregos também está em nosso foco e por isso novas ações se iniciaram dando continuidade aos trabalhos no Distrito Industrial e novos contatos foram restabelecidos agora formalmente, visando novas empresas. Que fique bem claro, não podemos nos esquecer do suporte necessário às empresas aqui já estabelecidas. Paralelo a essas ações, nessa semana já recebemos representantes do Senai Jaú, dando continuidade a um primeiro contato que já havíamos feito antes da nossa posse, para concretizarmos a realização de cursos para capacitação da população em serviços industriais. A mão-de-obra local sendo adequada a novas possibilidades.

 

Candeia – A Câmara aprovou dois projetos de sua autoria que revogam leis sobre afastamento de servidores concursados e gratificação a comissionados. Por que decidiu encaminhar as propostas ao Legislativo?

Jerri – A decisão foi para restabelecer critérios de “justiça social” e constitucionalidade das referidas leis. O funcionalismo e seus direitos têm que ser respeitados, mas com um olhar mais igualitário para não estabelecer “castas”. A gratificação ser incorporada aos salários depois de três anos de recebimento é uma delas, bem como o afastamento por quatro anos de um funcionário nos pareceu um período muito longo, onde os serviços públicos e seu andamento não foram considerados.

 

Candeia – O Legislativo de Itaju está dividido quanto à representação partidária. Que relação o senhor espera ter com a Câmara?

Jerri – Nosso partido chama-se Itaju. Espero e estamos tendo a melhor relação possível com o Legislativo. O entendimento é que tudo que fizermos em conjunto visando o bem comum avançam os trabalhos para melhoria das condições de vida da população. Nessa relação coloco também o vice-prefeito, Wellington Pegorin, que tem nos ajudado.