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Stefani Edvirgem da Silva Borges – “Todos os prédios escolares precisam de adaptações e estamos correndo contra o tempo para que as exigências sanitárias e organizacionais sejam atendidas. E sim, tudo isso pode interferir no retorno às aulas presenciais”

 

Em entrevista ao Candeia nesta edição, a diretora de Educação do município, Stefani Edvirgem da Silva Borges, 34 anos, comentou sobre as diretrizes do decreto municipal – a ser publicado nos próximos dias -, que regulamenta a volta às aulas presenciais no município em 2021. Em relação à rede municipal de ensino, a educadora admite que a situação das unidades escolares – que passaram nove meses de pandemia sem receber nenhuma adequação prevista no Plano São Paulo– pode interferir na decisão de retorno às aulas presenciais. Outro item que vai nortear a decisão da gestora e do prefeito Abelardinho Simões é o resultado de pesquisa, iniciada esta semana, que consulta pais e responsáveis, através das redes sociais, sobre o retorno dos alunos às aulas presenciais em meados de fevereiro, começo de março. Independentemente dessas variantes, Stefani garante que antes do retorno todas as escolas da rede seguirão protocolos e orientações previstos no plano estadual. A diretora adianta que devido a realidades diversas, haverá uma dinâmica diferenciada nas datas de retorno entre as escolas públicas e privadas.

 

Saiba mais sobre a entrevistada

 

Stefani Edvirgem da Silva Borges é formada em Letras pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e mestre em Estudos Literários pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem especialização em Educação pelo Universidade de São Paulo (USP) e é doutoranda em Educação Escolar pela UNESP de Araraquara.

Atuou como professora de Língua Portuguesa na rede privada na cidade de Londrina-(PR) de 2006 a 2012, e trabalhou como professora de Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas nas redes municipal e estadual na cidade de Campinas-SP de 2013 a 2017.

De 2018 a 2020, assumiu a direção da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Joseane Bianco, em Bariri. Hoje atua como professora das Faculdades Integradas de Jaú, no curso de Pedagogia, e está à frente da Diretoria de Educação, Cultura e Esporte no Município de Bariri.

Stefani Borges é casada e mãe de três filhas.

Candeia – Em breve a Prefeitura de Bariri deve emitir decreto regulamentando a volta às aulas presenciais no município em 2021. Que diretrizes estão sendo observadas para a definição dos critérios de retorno?

Stefani Borges – Tendo em vista as orientações da Secretaria Estadual de Educação, o atendimento nas unidades escolares, de forma presencial, tornar-se-á, a partir de 1º de fevereiro, serviço essencial em todo o Estado de São Paulo. Esta determinação chegou por meio do Decreto 65.384 de 17 de dezembro de 2020, no entanto, cada município terá a discricionariedade de retornar às aulas ou não, respaldando-se em critérios relativos ao andamento da pandemia, bem como a estrutura necessária para receber os alunos de maneira segura. As escolas de rede municipal de Bariri vêm se adequando para atender todas as exigências do Plano São Paulo de Retorno às aulas, sobretudo no que diz respeito à aquisição de Equipamentos de Proteção Individual, (EPIs) e estruturação dos prédios escolares.

 

CandeiaO documento deve contemplar expectativas de redes que apresentam realidades diferenciadas, como as escolas públicas e as particulares. Como isto está sendo observado? É possível a volta imediata (1º de fevereiro) de uma rede e o adiamento de outra?

Stefani Borges – As diretrizes para o retorno às aulas tanto da rede pública como da rede privada de nosso município estão pautadas no protocolo de retorno às aulas da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Este documento traz todas as orientações sanitárias e organizacionais necessárias para receber os alunos diante deste contexto de Pandemia. Sabendo das realidades pública e privada de ensino, haverá uma dinâmica diferenciada nas datas de retorno, uma vez que, desde o ano anterior, as escolas particulares já têm se adequado às exigências do documento supracitado.

 

Candeia – Especificamente em relação às unidades da rede municipal, como a senhora descreve a situação que encontrou as unidades escolares, no que diz respeito à conservação e manutenção? Isto pode interferir na decisão de retorno em curto prazo?

Stefani Borges – Infelizmente, o cenário é desanimador. Nenhuma das unidades escolares da rede municipal receberam as adequações necessárias para o retorno às aulas. Foram um pouco mais de nove meses de escolas fechadas sem que o mínimo do protocolo do Plano São Paulo de retorno às aulas fosse atendido. Todos os prédios escolares precisam de adaptações e estamos correndo contra o tempo para que as exigências sanitárias e organizacionais sejam atendidas. E sim, tudo isso pode interferir no retorno às aulas presenciais.

 

Candeia – Quando definir a volta às aulas presenciais e/ou híbridas nessas unidades, o que pais e responsáveis podem esperar da Diretoria de Educação? Quais as medidas sanitárias e de prevenção necessárias? As escolas passarão por desinfecção?

Stefani Borges – A Diretoria da Educação, Cultura e Esporte está à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas relativas ao retorno das aulas a toda a população. Frisamos que nossa maior prioridade é garantir, além de um ensino de qualidade, toda segurança aos estudantes e profissionais da Educação. As orientações previstas no Plano São Paulo de eetorno às aulas exigem que sejam garantidos, de acordo com cada estágio da pandemia (fases vermelha, laranja, amarela e verde) o distanciamento entre as carteiras, a sanitização frequente, aferição de temperatura, higienização constante das mãos, entre outras medidas que garantam a não proliferação e/ou contágio do vírus. Todas as escolas seguirão estes protocolos.

 

CandeiaE em relação aos alunos, quantos por sala de aula? Como os professores estarão protegidos? Que medidas serão exigidas dos pais e ou responsáveis para a presença dos alunos?

Stefani Borges – Os estágios da pandemia serão os norteadores para a determinação de quantos alunos poderão ser atendidos nas unidades escolares. A distribuição dos equipamentos de proteção individual serão fornecidos a todos os profissionais envolvidos no cotidiano escolar (professores, funcionários, auxiliares de desenvolvimento infantil, entre outros). Os alunos e seus respectivos responsáveis serão orientados para que o uso de máscara seja essencial, além do período de resguardo/quarentena, daqueles que começarem a sentir qualquer sintoma que possa ser um indício do vírus.

 

Candeia Inicialmente, a diretoria cogitou o retorno das atividades presenciais em meados de fevereiro, começo de março. No entanto, há resistência notória de parte de pais e/ou responsáveis, e até mesmo de professores em relação a essa data. Como a senhora vê esta situação? Esse cronograma pode ser repensado?

Stefani Borges – A devolutiva da comunidade intra e extra escolar é muito importante, pois é por meio dela que podemos nortear nosso trabalho. A partir desta semana, estamos divulgando em todas as mídias da cidade, bem como nas plataformas digitais adotadas pelas unidades escolares no ano passado para o ensino remoto uma consulta pública para podermos observar a opinião de todos aqueles que, de alguma forma, fazem parte da Educação (alunos e seus familiares, professores e funcionários) e, a partir deste levantamento, estudarmos a possibilidade de flexibilização do retorno às aulas. Vale ressaltar que o retorno presencial é uma determinação do Estado de São Paulo e, mesmo em meio as nossas limitações e vontades, é preciso seguir as diretrizes que nos são superiores.