Composição 1_1

Igor Marcel Stefanuto

“Os meios adotados para prevenir e encarar de frente o novo coronavírus são essenciais para garantir saúde e paz social”

 

José Augusto Bueno Júnior

“Vamos ter complicações econômicas, mesmo assim acho que se todos nós falarmos a mesma língua sairemos dessa situação mais fortes”

 

Tatiana Massucato Cataldo

“Passado esse primeiro momento, creio que essas medidas sejam reavaliadas e aos poucos as coisas comecem a normalizar”

 

Vanessa Michele de Campos Silva

“A preocupação maior não é nem tanto sobre normas para a quarentena e sim como a cidade de Bariri irá se estruturar para os atendimentos”

 

Vinicius Farah Ferrari

“Fechar praticamente todos os pontos comerciais é uma ação um tanto quanto radical, porém, necessária para reduzirmos a disseminação do novo coronavírus”

 

Desde segunda-feira, dia 23, o município de Bariri passou a conviver com a restrição do funcionamento de estabelecimentos comerciais. O motivo foi a publicação de decreto da prefeitura de Bariri para o enfrentamento e prevenção ao novo coronavírus (Covid-19). No dia seguinte passou a vigorar decreto do governo estadual determinando a quarentena nos 645 municípios paulistas. Diante desse quadro, o Candeia ouviu cinco comerciantes nesta semana. Eles avaliam as medidas tomadas pelo poder público para evitar a rápida propagação da doença e como estão atuando no dia a dia para manter os negócios em funcionamento e no futuro, quando as lojas forem reabertas e as pessoas poderem circular novamente e voltar a fazer compras. Os entrevistados são Igor Marcel Stefanuto, 39 anos, nascido em Jaú, do Restaurante Recreio, José Augusto Bueno Júnior, 42 anos, nascido em Bariri, da Automecânica Tec-Car, Tatiana Massucato Cataldo, 42 anos, nascida em Bariri, da Maria Bonita Boutique, Vanessa Michele de Campos Silva, 35 anos, nascida em Jaú, da Sempre Mais Produtos de Limpeza, e Vinicius Farah Ferrari, 24anos, nascido em Bariri, da Casa São Paulo.

 

Candeia – Como analisa as medidas tomadas para prevenção e enfrentamento ao novo coronavírus? Em sua opinião, elas estão corretas?

Igor – Pode-se dizer que as medidas de prevenção e de combate ao novo coronavírus são lições básicas que aprendemos ainda nos primeiros anos de vida, seja na socialização familiar, seja na socialização fora do lar, sendo que ambas refletem diretamente na socialização terciária do ser humano. Pois bem, com a globalização do Covid-19 (coronavírus) medidas de enfrentamento ao mal atual foram e são necessárias, haja vista que se trata de algo sério e que deve ser assimilado por todos, sem desespero e pânico, contudo, dispensando-se a atenção e temor que se exige. Em análise às medidas e orientações tomadas pelos governos federal, estadual e municipal cabe a nós, cidadãos, respeitá-las e segui-las, viabilizando o bem comum, sobretudo, a saúde e a vida daqueles que se encontram em situações de riscos. Destarte, os meios adotados para prevenir e encarar de frente o novo coronavírus são essenciais para garantir saúde e paz social e, por conseguinte, restabelecer a vida em comunidade. Inúmeras medidas foram e são recomendadas e outras impostas, de modo geral há de se concordar com aquilo que o governo, em todas as suas esferas, legislou e veiculou em canais televisivos, de rádio e internet.

 

Júnior – Creio que são medidas essenciais para que não haja uma grande quantidade de pessoas contaminadas pelo vírus. Claro que vamos ter complicações econômicas após esse período de paralisação, mesmo assim acho que se todos nós falarmos a mesma língua sairemos dessa situação mais fortes e com outra mentalidade sobre o que é essencial para a sociedade. Não sou médico, nem especialista na área de saúde, mas acho que as medidas tomadas estão corretas e são necessárias.

 

Tatiana – Acredito que as medidas tomadas para tentar diminuir a disseminação rápida do coronavírus nesse primeiro momento sejam prudentes; evitando assim o menor contágio e mortes, afinal o Brasil tem um sistema de saúde precário e que não dará conta de atender todos os doentes graves. Fica difícil avaliar se essas medidas realmente estão corretas em se tratando de um vírus desconhecido, no qual as informações que temos é que sua transmissão se dá através do contato de pessoa para pessoa (tosse, espirro, gotículas de saliva, aperto de mão…). Penso que a maneira de preveni-lo seria diminuir o contato entre as pessoas e evitar aglomerados, para assim evitar que ele se espalhe rapidamente, pois nos encontramos no momento de contaminação. Passado esse primeiro momento, creio que essas medidas sejam reavaliadas e aos poucos as coisas comecem a normalizar, porque a economia do Brasil não pode parar por muito tempo, pois sabemos das consequências negativas que isso trará a todos nós. Com saúde não se deve brincar e acho que toda e qualquer medida tomada a fim de evitar contaminação, disseminação de doenças com menor número de mortos é válida, porém, sempre mantendo o bom senso e sendo reavaliada a todo o momento.

 

Vanessa – Nós, da Sempre Mais Produtos de Limpeza, entendemos que estas medidas de prevenção são necessárias, porém, não podemos deixar de nos preocupar com o setor da saúde que hoje se encontra totalmente defasado. Precisaríamos agir rápido sobre a logística caso nossa cidade seja muito afetada. A preocupação maior não é nem tanto sobre normas para a quarentena e sim como a cidade de Bariri irá se estruturar para os atendimentos. Em relação ao comércio, estas medidas são necessárias sim, mas temos uma preocupação maior do que economia que são “vidas”.

 

Vinicius – Diante do atual cenário, onde a recomendação é evitar aglomerações, já esperávamos uma diminuição no fluxo de pessoas, principalmente em locais com grande movimento como aqui na loja. Fechar praticamente todos os pontos comerciais é uma ação um tanto quanto radical, porém, necessária para reduzirmos a disseminação do novo coronavírus. O mais racional a se fazer é seguir as recomendações e poupar a saúde da população, mesmo que isso nos traga resultados que não esperávamos para o momento, mas com fé em Deus e pé no chão, enfrentaremos da melhor maneira possível essa pandemia.

 

Candeia – De que forma pretende viabilizar os negócios em seu ramo de atuação?

Igor – O ramo alimentício, especificamente restaurantes e similares, se não os mais prejudicados, um dos ramos que mais sofreram restrições em seu regular desenvolvimento. Na terça-feira, dia 24, passou a viger o decreto do Governo do Estado de São Paulo que fixou período de quarentena em todos os 645 municípios do Estado de São Paulo, sendo que o interstício se dará até o dia 7 de abril. Seguindo as recomendações exaradas pelo chefe do Executivo estadual, nós, do Restaurante do Luizinho, suspendemos o atendimento presencial em nosso estabelecimento, mantendo nossa prestação de serviços via delivery, preservando, assim, a já conhecida tradição da comida caseira de nosso comércio. Além disso, e ainda mais importante, contribuindo para que nossos amigos clientes e demais colaboradores adotem as medidas e orientações advindas de nossos governantes, preservando a saúde, a vida e a paz que necessitam para superar o presente momento que a nação mundial enfrenta.

 

Júnior – Estamos atendendo nossos clientes com nosso quadro de funcionários reduzido, dando férias para alguns e atendendo nossos clientes através de agendamento pelo telefone, com portas fechadas, de forma que não tenha nenhum tipo de aglomeração e contato entre as pessoas dentro de nossa empresa, e também tomando todos os cuidados necessários para nossa proteção e para a proteção de todos os clientes, seguindo orientações de nosso sistema de saúde de Bariri.

 

Tatiana – Infelizmente não tive alternativa a não ser obedecer ao decreto municipal e fechar minha loja. Optei por dar férias para minha funcionária, pois o custo-benefício em mantê-la na loja para trabalhos internos (como vendas online e sistema “delivery” de roupas) não compensaria, uma vez que com o atual quadro econômico que se encontra nosso País, e a incerteza do que será daqui para frente, imagino que as pessoas estejam receosas em fazer dívidas com coisas que não sejam de necessidade básica. Para não me enrolar futuramente, renegociei as dívidas com meus fornecedores, viabilizando dessa maneira as contas no intuito de não acumular, e conseguir pagá-las. Por hora, vou me conformar em fechar e rezar para tudo isso passar o quanto antes, e em breve poder reabrir, com todo o gás, e é claro separando tudo de mais bonito e melhor para minhas queridas clientes. Agora é hora de manter o equilíbrio e o discernimento, para podermos sair fortalecidos, com o menor prejuízo possível, conseguindo nos reerguer quando tudo isso acabar. Sei que não será fácil, porém, temos de ter fé em Deus e entregar tudo em Suas mãos.

 

Vanessa – Nosso ramo é classificado como produtos de primeira necessidade e executamos o atendimento presencial, mas aderimos também ao atendimento delivery. É preocupante para nós que somos microempreendedores esta situação instável, pois nós, pequenos comerciantes, somos uma engrenagem fundamental na economia. E infelizmente muitas empresas não irão resistir a essa fatalidade. Esperamos do município um posicionamento para que possamos ser vistos e principalmente apoiados.

 

Vinicius – Sabemos que toda crise, seja ela de qualquer natureza, tem seu início e término. São tempos de pensar e repensar nossas atitudes a partir de agora até o fim da pandemia. Geralmente, neste período, descobrimos muitas coisas que precisam ser modificadas e atitudes a serem tomadas. De maneira prática, estamos procurando atender às solicitações dos decretos dos governos estadual e municipal. Estamos trabalhando com um número reduzido de colaboradores, mantendo as portas fechadas e sem acesso do público ao interior das lojas. Também estamos atendendo as solicitações dos nossos clientes via telefone e meios digitais e efetuando as entregas, respeitando o protocolo estabelecido para essa atividade. Adequamos nossas compras de materiais de acordo com a demanda que existe no momento, renegociando prazos e até mesmo suspendendo alguns pedidos, além de rever nossas despesas e buscar reduzi-las na medida do possível. Acompanharemos com atenção as propostas dos governos federal, estadual e municipal no que diz respeito aos tributos, e se haverá prorrogação dos prazos de recolhimento, a fim de atendermos nossas necessidades mais urgentes para nos mantermos em atividade.