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Sincler Policarpo – “A primeira célula para aterramento já se encontra construída e estamos aguardando a finalização para aplicação de mantas”

 

A prefeitura adquiriu no fim de 2010 área entre Bariri e Bocaina para instalação de novo aterro sanitário. De acordo com o responsável pelo Setor de Meio Ambiente, Sincler Policarpo, empresa vencedora de licitação realiza obras no local, com perspectivas de que o aterro entre em operação até o fim deste ano. Segundo ele, isso fará com que o município tenha ganhos econômicos e ambientais. Na entrevista ao Candeia, Policarpo fala a respeito da ampliação da coletiva seletiva no município e o trabalho que deverá ser feito de podas preventivas e correção das margens de córregos.

 

Candeia – Qual a situação do novo aterro sanitário do município, situado em área entre Bariri e Bocaina? Quando deve entrar em operação?

Policarpo – O aterro sanitário de Bariri teve sua obra licitada e a empresa vencedora já deu início às obras para construção da primeira fase. A primeira célula para aterramento já se encontra construída e estamos aguardando a finalização para aplicação de mantas geomembranas pead e manta geotêxtil, bem como a instalação de tubulação para captação de águas pluviais que ficam ao entorno da célula de aterramento. Também as obras para construção da célula tanque de recebimento do chorume já foram finalizadas aguardando também as mantas para finalização total. Vale lembrar que a obra licitada está sendo executada com recursos financeiros que provêm do Fehidro com contrapartida do município e que havendo a finalização da primeira fase de implantação do aterro sanitário o município deverá providenciar a construção de infraestruturas básicas como cercas de divisa, portão de entrada, placas de sinalização do empreendimento, queimadores de gás, captadores de chorume, enfim, toda infraestrutura básica para funcionamento da primeira fase do aterro que nos permitirá o funcionamento e operação. Para tanto, a implantação deve ocorrer dentro de 30 dias e a operação deverá acorrer até dezembro de 2021 se tudo transcorrer na normalidade.

 

Candeia – Qual a perspectiva econômica e ambiental com o novo aterro?

Policarpo – Atualmente, no município de Bariri são geradas diariamente 30 toneladas de resíduos domésticos. A implantação e funcionamento da primeira fase do aterro sanitário trarão uma economia significativa, pois atualmente o município tem despesas com a operação da área de transbordo, transporte e destinação final dos resíduos domésticos até a cidade de Piratininga no aterro licenciado da CGR – Centro de Gerenciamento de Resíduos da Estre Ambiental. Além da implantação do aterro sanitário de Bariri, ainda está prevista a implantação de um centro de triagem de resíduos domésticos em razão da necessidade da realização da triagem, pois esta modalidade permitira inicialmente a separação e o aproveitamento dos recicláveis e que por sua vez acarretará no aumento da vida útil do aterro, geração de empregos diretos e indiretos e também a geração de renda através da venda dos recicláveis. Estima-se que do montante total de resíduos gerados a triagem deverá diminuir o volume gerado em até 45 %. Além dos recicláveis ainda está prevista a separação e o reaproveitamento dos orgânicos no qual poderão ser utilizados no sistema de compostagem, ou seja, haverá a separação dos recicláveis, a separação dos orgânicos e também haverá a coleta seletiva que implementará a operação de separação dos resíduos. Estima-se que a implantação e operação do aterro sanitário, aliadas à coleta seletiva, triagem dos resíduos e a separação dos orgânicos bem como os serviços de operação da área de transbordo, transporte e destinação final, será em torno de R$ 1,5 milhão em economia direta, porém, ainda dentro do Plano de Gestão Ambiental e operacional de implantações além da economia direta poderá o município operar o centro de triagem regional no qual possibilitará receber os resíduos de outros municípios próximos onde haverá um ganho adicional com os serviços de triagem, os benefícios almejados beneficiarão diretamente Bariri e as cidades que vierem a aderir.

 

Candeia – Que projetos o Setor de Meio Ambiente tem para que seja aperfeiçoada a coleta seletiva e a triagem do lixo reciclável?

Policarpo – Atualmente a coleta seletiva acontece às quartas feiras e a mesma é realizada pela empresa Mazo e Giacon, de Bariri, desde 2015. É importante relatar o histórico da coleta seletiva, em que em 2015 o município gerava mensalmente 980 toneladas de resíduos domésticos e com inicio da coleta seletiva houve uma redução de 980 toneladas para 780 toneladas mensais, no entanto, devido a ajustes na operação de coleta e devido ao Plano de Gestão Ambiental passou de 780 toneladas para 680 toneladas, ou seja, houve a separação dos recicláveis de 300 toneladas mensais. Sem dúvida, um número muito expressivo que gerou uma economia muito grande ao município, deixando essas 300 toneladas de ser aterrada. Essa ação propiciou o aumento da vida útil do aterro. O município deixou de pagar para aterramento esse volume e ainda gerou renda aos nossos catadores de recicláveis. Do montante separado pela população, ou seja, 300 toneladas, somente 20% são coletadas pela empresa Mazo & Giacon às quartas-feiras. Já os recicláveis separados pela população, ou seja, 80% são recolhidos pelos recicladores porta a porta, os números apontam que o município deve investir em melhorias aos colaboradores coletores de recicláveis, oferecendo uma melhor condição, ou seja disponibilizar um local onde os coletores de recicláveis possam depositar temporariamente seus recicláveis até que a venda seja efetivada e oferecer apoio tanto na formalização bem como no recolhimento e transporte dos materiais.

 

Candeia – Há perspectiva de aumento de dias da coleta seletiva?

Policarpo – Sim. Em razão dos números obtidos com a coleta seletiva e devido ser essencial para a operacionalidade do Plano de Gestão de Resíduos, nós pretendemos aumentar mais um dia de coleta seletiva, ou seja, serão dois dias na semana e esta ação deverá resultar em números maiores que o atual hoje coletado. Dessa forma, como a população de Bariri vem contribuindo na separação, acreditamos que no futuro próximo poderemos reduzir, e muito, a quantidade de recicláveis gerados. Concluímos que dois dias de coleta seletiva será um avanço na política ambiental e operacional dos resíduos e que esta ação não trará prejuízos na coleta convencional já realizada, pelo contrário, haverá benefícios a toda população em razão que a permanência de acumulação dos recicláveis na residência será menor, porém, o volume será muito maior e isso significará em resultados esperados. Portanto, a coleta seletiva é essencial e dependemos da população para que a mesma seja efetiva e atinja os resultados, para isso será necessário um trabalho ambiental de divulgação de material para sensibilização e motivação de toda nossa população que muito já o faz, mas necessitamos avançar na sustentabilidade qualidade de vida e contamos com todos.

 

Candeia – Como a população deve proceder para o descarte de produtos que não podem ser colocados no lixo comum, como pilhas?

Policarpo – Atualmente o município, através da Diretoria de Obras e Meio Ambiente, disponibiliza no Almoxarifado Municipal o Ecoponto temporário, que conta com o recebimento gratuito de pneus inservíveis que é um convenio com a Reciclanip – Associação da Indústria Pneumática. Os grandes fabricantes de pneus fazem o recolhimento no ecoponto gratuitamente; basta o comerciante, estabelecimentos comerciais e população levarem os inservíveis para a destinação de forma adequada e ambientalmente correta. Ainda no ecoponto recebemos pilhas, baterias, lâmpadas e eletroeletrônicos. Os resíduos têm a destinação adequada, pois mantemos convênio com empresas especializadas para o recolhimento. Para um melhor entendimento só neste ano já encaminhamos mais de 7.000 mil pneus inservíveis, lâmpadas recentemente realizamos a descontaminação de 8.000 unidades e eletroeletrônicos foram aproximadamente 2.000 toneladas, lembramos a toda população que este serviço é gratuito e que basta encaminhar ao Ecoponto, além dos benefícios de uma destinação adequada ambiental, evitamos que esses produtos sejam descartados em locais inadequados, que se trata de um serviço essencial de caráter ambiental e de saúde publica.

 

Candeia – Bariri convive constantemente com vários tipos de lixo deixados em vias públicas e beira de córregos. Em sua opinião, como minimizar esse problema?

Policarpo – Acreditamos que a administração vem oferecendo condições para descarte de inúmeros materiais inservíveis, oferecendo o Ecoponto municipal para descarte de pneus, lâmpadas, pilhas, baterias, eletroeletrônicos, oferece ainda como local de descarte o aterro de inertes e da construção civil que fica no antigo vazadouro municipal (lixão), em que a população e empresas de Disk-Entulho podem fazer a destinação adequadamente de resíduos provenientes da construção civil, entulhos, restos de galhos, madeira e outros resíduos. Instalamos placas indicativas de proibição em vários pontos do município visando conter o descarte irregular, no entanto, ainda que oferecendo condições e locais apropriados existem pessoas que praticam esse ato, ao meu ver embora estamos dando condições para os descartes talvez seja necessário a criação de ecopontos municipais em bairros estratégicos e de maior incidência para que o cidadão ou empresa tenha mais essa facilidade. Esses ecopontos de certa forma evitariam que houvesse descartes desnecessários, uma vez que a proximidade e facilidade permitiriam o deslocamento ao local dentro das proximidades onde o cidadão reside. É uma possibilidade que estamos estudando, no entanto, o maior entrave seria a área para instalação porque poderia causar transtornos uma vez que se trata de área habitada por moradores, evidentemente que o recolhimento e limpeza desses ecopontos seriam com mais freqüência e evitariam os transtornos do acumulo de resíduos depositados pela população.

 

Candeia – De que forma a prefeitura pretende atuar para realizar a poda preventiva de árvores de grande porte?

Policarpo – Diante da necessidade e devido ao grande risco identificado de vários indivíduos arbóreos existentes principalmente em córregos urbanos, estaremos realizando uma ação conjunta da Diretoria de Obras e Meio Ambiente com a Defesa Civil do município e a empresa terceirizada Latina Ambiental. Inicialmente faremos o licenciamento ambiental para intervenção em área de preservação permanente dos córregos urbanos existentes no município. A ação conjunta entre os envolvidos é com finalidade de assegurar que as árvores a serem objeto de poda preventiva ou erradicação em razão do porte ou condições de risco possam ser atestadas e avaliadas por laudo técnico, a fim de apontar a necessidade real da situação. Esse trabalho é essencial para assegurar que essas árvores não venham causar danos aos patrimônios e evitar acidentes por queda de arvores. Portanto, estaremos realizando vistorias e aquelas já identificadas, qualificadas e documentadas terão a poda preventiva ou erradicação realizadas conforme o Plano Municipal de Gestão de Arborização Municipal. O intuito não é a erradicação sem motivação, tudo acontecerá dentro de uma concepção de segurança visando atender a prevenção, respeitando as exigências ambientais e respeito `sas características locais e ambientais de cada local a ser estudado.

 

Candeia – Uma questão retratada pelo Candeia recentemente é a erosão que atinge as margens de córregos, com risco de queda de árvores. Como o poder público pretende resolver esse problema?

Policarpo – Da mesma forma que atuaremos na poda preventiva de árvores que possam oferecer riscos nós realizaremos as intervenções necessária para correção das erosões identificadas, utilizando-se de pedras tipo rachão e terra para correção do solo degradado, devolvendo ao local afetado a segurança bem como a estabilidade necessária para que as águas dos córregos possam percorrer naturalmente sem riscos ou qualquer incidência de desmoronamento das encostas ou das margens. Todo o trabalho a ser realizado será fundamentado e documentado em razão de respeitar a legislação ambiental vigente, bem como assegurar que a obras de recuperação pretendida seja ambientalmente correta tanto do ponto de vista técnico como o de segurança evidenciando a necessidade e a recuperação paisagística local. Quem quiser obter mais informações pode ligar para o telefone (14) 3662-9203 ou mandar e-mail para meioambiente@bariri.sp.gov.br.