Vista aérea de Bariri: setor industrial registrou as maiores perdas em postos de trabalho em 2020 – Arquivo/Candeia
Em ano marcado pela pandemia do novo coronavírus, com forte impacto em setores econômicos, o município de Bariri fechou 2020 com saldo negativo de 137 vagas de emprego, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia (veja quadro).
As maiores perdas em postos de trabalho foram concentradas no primeiro semestre do ano passado, especialmente em janeiro e em maio.
Em relação ao primeiro mês de 2020, o saldo negativo foi de 233 vagas, sendo de 208 vagas no setor agropecuário. Já em maio as demissões superaram as contratações em 227 vagas, sendo 127 delas na indústria.
No segundo semestre, com exceção de dezembro, os outros cinco meses registraram mais admissões que desligamentos.
Em julho o saldo positivo foi de 152 vagas, sendo 129 na agropecuária e 44 na indústria. Em outubro as contratações superaram as demissões em 108 vagas, sendo 45 na agropecuária e 29 na indústria.
Em relação aos setores econômicos, a indústria de Bariri registrou a maior perda no ano passado: saldo negativo de 122 vagas (veja quadro). Os setores de serviços e comércio também demitiram mais que contrataram.
Idade e grau de instrução
O Caged traz mais informações. Em relação ao sexo, do total do saldo de Bariri, 146 homens perderam o emprego e sete mulheres conseguiram vagas em 2020, perfazendo um total negativo de 137 postos de trabalho.
Quando ao grau de instrução, o grupo mais penalizado com a perda do emprego foi quem tem o ensino fundamental completo (veja quadro). Do ensino médio completo ao ensino superior completo as admissões superaram os desligamentos.
Em relação à faixa etária, os mais novos (até 17 anos e de 18 a 24 anos) somaram mais contratações que demissões. Pessoas na faixa dos 50 aos 64 anos foram as que totalizaram maior contingente de saldo negativo de emprego formal.
Brasil gera 142.690 empregos formais
O Brasil fechou o ano de 2020 com a geração de 142.690 postos de trabalho. “A grande notícia para nós é que, em um ano terrível em que o PIB (Produto Interno Bruno – soma de todos os bens e serviços) caiu 4,5%, nós criamos 142 mil novos empregos”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante coletiva virtual de divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Para ele, o Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda (BEm), criado pelo governo federal durante a pandemia de Covid-19, é um dos responsáveis pelo resultado, já que evitou a demissão de cerca de 10 milhões de pessoas durante o ano passado.
Pelo programa, empregadores e funcionários fizeram acordos de redução de jornada e salário ou de suspensão de contratos. Como contrapartida, o governo pagou, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), uma porcentagem do seguro-desemprego a que o empregado teria direito se fosse demitido.
“O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também soltou dado que confirma esse avanço, essa recuperação da economia brasileira em V (forte queda seguida de forte alta), quando anunciou quase 4 milhões de aumento na população ocupada, quando compara o trimestre de setembro/outubro/novembro sob trimestre anterior, sendo que quase 1 milhão foi de carteira assinada”, destacou Guedes.
De acordo com dados do Caged, de janeiro a dezembro do ano passado, foram 15.166.221 admissões e de 15.023.531 desligamentos. O estoque de empregos formais no país, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, chegou a 38.952.313 vínculos, o que representa uma variação de 0,37% em relação ao estoque de referência, de 1º de janeiro de 2020.
Demissões em dezembro
Após cinco meses de saldo positivo, em dezembro, o número de demissões superou o de contratações no Brasil, com o fechamento de 67.906 postos de trabalho. De acordo com o ministério, dezembro é um mês “de ressaca” no mercado e essas perdas são comuns.
O ministro Paulo Guedes destacou ainda que essa é a menor perda de empregos desde 1995. “Essas perdas são sazonais. Então vamos comparar com dezembro de 2015, quando o PIB caiu 3,5% no ano, foi uma recessão autoimposta e nós perdemos 596 mil empregos”, disse. Em dezembro de 2019, por exemplo, também foram fechadas 307 mil vagas.
Na avaliação do ministério, o compromisso de manutenção de empregos promovido pelo BEm também contribui para que essa queda em dezembro fosse menor. No mês passado, o Brasil teve 1.239.280 admissões e 1.307.186 desligamentos.
De acordo com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, o governo avalia, “em conjunto com a evolução dos acontecimentos (da pandemia)”, se deve ou não lançar mão novas medidas emergenciais. “Isso sempre esteve na prancheta, em momento algum deixamos de lado esse pensamento. Mas, obviamente, isso demanda análises das circunstâncias e políticas que estamos fazendo com o ministro Paulo Guedes e o presidente da República (Jair Bolsonaro)”, explicou.
Fonte: Agência Brasil
Movimentação do emprego formal em Bariri por setores em 2020
Setor Contratação Demissão Saldo
Indústria 957 1.079 -122
Serviços 618 649 -31
Comércio 736 754 -18
Agropecuária 403 388 15
Construção 84 65 19
Total 2.798 2.935 -137
Fonte: Caged
Movimentação do emprego formal em Bariri por mês em 2020
Mês Admissão Demissão Saldo
Janeiro 268 501 -233
Fevereiro 264 226 38
Março 230 239 -9
Abril 138 235 -97
Maio 129 356 -227
Junho 171 155 16
Julho 320 168 152
Agosto 242 180 62
Setembro 301 222 79
Outubro 320 212 108
Novembro 285 227 58
Dezembro 130 214 -84
Total 2.798 2.935 -137
Fonte: Caged
Saldo de emprego por grau de instrução em 2020
Grau de instrução Saldo de emprego
Analfabeto 8
Fundamental incompleto -69
Fundamental completo -108
Médio incompleto -21
Médio completo 21
Superior incompleto 14
Superior incompleto 18
Total -137
Fonte: Caged
Saldo de emprego por faixa etária em 2020
Idade Saldo de emprego
Até 17 anos 85
18 a 24 anos 80
25 a 29 anos -26
30 a 39 anos -72
40 a 49 anos -69
50 a 64 anos -122
Acima de 65 anos -13
Total -137
Fonte: Caged