Nelson Donizete Nogueira capina área perto do trevo principal: exemplo de gente honesta – Alcir Zago/Candeia
Há mais de um ano a pandemia do novo coronavírus vem trazendo prejuízos em vários setores do Brasil e do mundo. Um deles foi na economia, com redução das atividades econômicas, desemprego, empresas fechando as portas etc.
Há trabalhadores que conseguiram manter o emprego, no serviço público e na iniciativa privada, mas especialmente os informais enfrentam maiores dificuldades de conseguir o ganha-pão no dia a dia.
Quem vive isso na pele é o baririense Nelson Donizete Nogueira, 38 anos. Antes da pandemia ele trabalhava de servente, ajudante geral e em serviços de capina.
Hoje ele encontra grandes dificuldades em encontrar um serviço ou mesmo“bico”. “Moro com minha mãe e logo terei de arrumar um dinheiro para pagar o aluguel”, diz. “A única fonte de renda que temos é o trabalho que consigo.”
Nogueira reside com a mãe, Fátima Conceição Garcia, 66 anos, em casa localizada na Vila São José, em Bariri.
O ajudante conta que com a pandemia aumentaram muito os trabalhadores informais em Bariri. Observa que há grande número de pessoas atuando na construção civil e outros serviços, aumentando a concorrência entre os informais.
No início dessa semana uma pessoa o contratou para serviço de capina nas imediações do trevo principal de Bariri, na Rodovia Deputado Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304).
Nogueira deixa seu telefone para quem necessitar de algum serviço: (15) 9-9635-3664. O servente e ajudante é um bom exemplo de gente de garra e que pretende viver de forma honesta.
Desemprego
A taxa média de desocupação em 2020 foi recorde em 20 estados do País, acompanhando a média nacional, que aumentou de 11,9% em 2019 para 13,5% no ano passado, a maior da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.
As maiores taxas foram registradas em estados do Nordeste e as menores, no Sul do país. Esses resultados decorrem dos efeitos da pandemia de Covid-19 sobre o mercado de trabalho.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE.
No intervalo de um ano, a população ocupada reduziu 7,3 milhões de pessoas no País, chegando ao menor número da série anual (86,1 milhões). Com isso, pela primeira vez, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no País. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%.
Essa queda da ocupação foi disseminada por todos os trabalhadores. A taxa média de informalidade também recuou, passando de 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020, somando ainda 39,9 milhões de pessoas. Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.
Nas regiões, a taxa média nacional de informalidade foi superada em 19 estados, variando de 39,1%, em Goiás, até 59,6% no Pará. Em sete desses estados, a taxa ultrapassou 50% e apenas São Paulo (29,6%), Distrito Federal (28,2%) e Santa Catarina (26,8%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.
“A queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano. Com menos trabalhadores informais na composição de ocupados, a taxa de informalidade diminui”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, lembrando que informais foram os primeiros atingidos pelos efeitos da pandemia.
Fonte: IBGE