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Casal Marlene e Ailton no evento que marcou a denominação da ilha do Lago Municipal de “Mariana Forti Bazza – por onde for floresça” – Robertinho Coletta/Candeia

Desde a manhã de 24 de setembro deste ano a vida do casal Ailton e Marlene Forti Bazza desmoronou. Na manhã daquela terça-feira a única filha deles, Mariana Forti Bazza, 19 anos, desapareceu após se dirigir à academia de ginástica. Mais tarde familiares e amigos ficariam sabendo que a estudante estava morta, vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). Foi um crime que mexeu com a cidade, a região, o Estado, o País. Trata-se de um delito com maior repercussão na história do município. Na edição em que o Candeia faz uma retrospectiva de 2019, a dona de casa Marlene, 50 anos, aceitou conceder entrevista ao jornal. Segundo ela, apesar da ajuda das pessoas, o casal não consegue mais viver como antes. “Estamos vivendo um dia após o outro, ainda não conformados”, conta Marlene. “As pessoas perguntam sobre o ocorrido, e isso acaba nos trazendo muita tristeza.”

Candeia – Como a senhora e a família estão convivendo com a dor da perda da Mariana desde a data do crime?
Marlene – Eu como mãe e o Ailton como pai estamos tristes com o sofrimento da ausência de nossa filha querida, não é fácil acreditar que isso tenha acontecido com nossa filha, estamos vivendo um dia após o outro, ainda não conformados, não tem como explicar ou expressar nosso sentimento, nossa dor.

Candeia – Provavelmente é um dos crimes de maior repercussão na história de Bariri. Como vocês estão lidando com toda essa exposição?
Marlene – Não conseguimos mais viver como antes, todos os lugares por onde vamos, as pessoas param, perguntam sobre o ocorrido, e isso acaba nos trazendo muita tristeza, nos mantendo dentro de casa e afastados das pessoas. Hoje entrar e sair de um mercado se torna muito difícil, não só no mercado, mas em todos os lugares em que vamos.

Candeia – O que traz conforto para a família nesse processo? E o que, ao contrário, acaba contribuindo para “sangrar a dor da perda”?
Marlene – Nada nos traz conforto, agradecemos às pessoas que estão nos ajudando, em orações, a advogada que se propôs a nos ajudar e as pessoas que têm nos auxiliado nesse momento difícil. A advogada Cláudia de Oliveira Martins se prontificou em ajudar sem cobrar honorários advocatícios. Ela tem muita amizade com o sargento da reserva da Polícia Militar Carlos Roberto Vital Vianna, pai de Jefferson, oficial da Marinha que namorava Mariana. O que ainda contribui para essa dor é a espera pelo término do julgamento, as perguntas feitas pelas pessoas nas ruas.

Candeia – O que a senhora espera em relação ao julgamento do acusado pelo crime?
Marlene – Todos esperamos que ele seja condenado pelos crimes que cometeu, que a justiça de Deus seja feita.

Candeia – Sua família tem defendido a criação da “Lei Mariana Forti Bazza”. No que consiste essa proposta?
Marlene – Sim, essa lei tem como objetivo punir de forma mais severa crimes cometidos por psicopatas. A lei abrangeria análise rigorosa dos detentos e suas fichas criminais, passando esses por peritos e médicos psiquiátricos. Esses criminosos seriam condenados com a privação imediata e sumária da liberdade, em colônias agrícolas e industriais. A violência no país passará a ser punida com mais rigor.