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Para pesquisador, é preciso ampliar a testagem no Brasil, inclusive em pessoas sem sintomas que tiveram contato com quem teve a doença – Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Os brasileiros ainda verão uma segunda onda da covid-19 e terão que conviver com o vírus por pelo menos 12 meses, sem uma vacina disponível para a maior parte da população. A avaliação foi feita durante audiência desta terça-feira da comissão criada pela Câmara para acompanhar ações de combate à pandemia, da qual participaram especialistas e gestores.

Manoel Barral Netto, pesquisador da Fiocruz Bahia e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, avaliou que haverá um longo período de convivência com o vírus. Para ele, é preciso ampliar a testagem no Brasil, inclusive em pessoas sem sintomas que tiveram contato com quem teve a doença, para poder controlar efetivamente o vírus.

O pesquisador afirmou que o país tem feito poucos testes. Segundo ele, nos países que controlaram efetivamente a doença, um de cada 20 testes dá positivo. No Brasil, é um de cada dois.

— Esse vírus não vai desaparecer. Será muito otimismo imaginar que a gente vai ter uma vacina disponível para grande parte da população em menos de um ano. Então nós temos que conviver com esse vírus por pelo menos 12 a 18 meses ainda. Então essa é a mensagem. Não é uma questão só diminuir os casos agora. É diminuir o número de casos, de novos surtos após o controle dessa onda, que, no nosso caso, ainda vai demorar, porque ainda estamos com um patamar elevado de casos — disse o pesquisador.

 

Fonte: Jornal O Globo

“A situação no Brasil continua crítica. Não se pode cantar vitória”, afirma diretor da Opas – Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

 

Sem comemoração

 

Próximo de alcançar 100 mil mortes por Covid-19, o Brasil continua em situação crítica e não deve “cantar vitória” sobre a pandemia do novo coronavírus, alertaram autoridades da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta terça-feira.

Questionada sobre a incidência da doença no país, a direção do braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas disse que o Brasil não está em condições de relaxar as medidas de combate à doença.

— A situação no Brasil continua crítica. Não se pode cantar vitória, e o importante é continuar implementando as medidas não-farmacêuticas recomendadas pelos organismos internacionais para detecção, gestão e prevenção de casos — afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas.

 

Fonte: Jornal O Globo