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Renata Cristina dos Santos Cilli – “Pretendo garantir uma boa gestão de recursos financeiros e humanos, visando que os profissionais inseridos na saúde possam ter todo apoio necessário para viabilizar o atendimento às pessoas”

A psicóloga Renata Cristina dos Santos Cilli, 45 anos, assumiu recentemente a Diretoria Municipal de Saúde. Um dos desafios dela é fazer a gestão de recursos financeiros e humanos para o atendimento dos usuários com qualidade e humanização. Outro é manter o atendimento da Santa Casa. Segundo a diretora, é preciso que haja diálogo e participação de forma horizontal na gestão do hospital, com maior transparência das ações. Casada e mãe de três filhos, Renata é psicóloga especialista em psicologia hospitalar e gestão de pessoas. Foi efetivada como psicóloga da rede de saúde por concurso público em 2001, permanecendo no cargo por 14 anos. Atuou em diversos setores dentro da rede municipal: Uaps, Centro de Saúde, Cras, Creas e na rede indireta Lar Amor e Vida (Casa Abrigo).

 

Candeia – Por que decidiu assumir o cargo de diretora municipal de Saúde?

Renata – Há vinte e dois anos estou no exercício da profissão, realizei pós-graduação na Faculdade de Medicina da USP, no Hospital das Clínicas (HC) realizava atendimentos ambulatoriais e de enfermaria com equipe multidisciplinar. Desde então nasceu uma paixão que perfaz meu trabalho, priorizo o trabalho em rede, gosto de desafios que me desenvolvam como pessoa e como profissional, que me tiram da zona de conforto. Portanto, acredito que posso contribuir nesse momento de muito trabalho e dedicação com a saúde em nossa cidade, pois amo Bariri, sou usuária do SUS, fui servidora do SUS e com o olhar que a experiência me trouxe, quero agregar aos serviços de saúde ofertados aos usuários, atendimento humanizado acolhedor. Tomando decisões assertivas que visam solucionar os problemas em benefício da população.

 

Candeia – Quais suas prioridades à frente da pasta?

Renata – A vida é sempre a prioridade seja qual for a área de atuação e, tratando-se da saúde, além de primordial torna-se o principal objeto de trabalho, seja nesse momento da pandemia da Covid-19, ou no cotidiano normal do trabalho. Garantir uma boa gestão de recursos financeiros e humanos, visando que os profissionais inseridos na saúde possam ter todo apoio necessário para viabilizar o atendimento às pessoas com qualidade e humanização. Contribuir para melhoria e otimização dos fluxos de atendimentos e exames. Buscar novas parcerias para operacionalizar a grande demanda reprimida de cirurgias e outros procedimentos. Elaborar plano de ações que o pós-Covid-19 demandará.

 

Candeia – Quais os maiores desafios, em sua opinião?

Renata – O tempo disponível para execução das propostas de trabalho elencadas como prioritárias, visto que o dinamismo e a assertividade deverão prevalecer em minhas ações enquanto gestora. A pandemia é outro eixo de desafio que demanda um planejamento contínuo que se constrói através da análise dos resultados do município de forma viva. O planejamento da retomada da rotina de trabalho neste período e pós-pandemia. Buscar a reposição de médicos especialistas para atender a rede.

 

Candeia – Que trabalho pretende desenvolver em relação à Covid-19?

Renata – Pelo trabalho que estava desenvolvendo na LAV, que também é linha de frente em relação ao enfrentamento do Covid-19, como profissional sempre busco refletir sobre o impacto de cada circunstância e em se tratando da pandemia participei de cada fase do nosso município sempre atenta as novas orientações e decretos federais, estaduais e municipais, sentindo na pele os reflexos que a pandemia ocasionou na vida das pessoas. Acredito que buscar melhorias em relação ao que já foi planejado pelas equipes anteriores, ampliando os atendimentos, testagens em massa, dando melhor direcionamento ao fluxo de atendimento e abrangência do comitê da Covid-19, com a reformulação do plano de contingência municipal que ampliará as ações de acordo com a análise dos resultados da infecção humana pelo coronavírus – Covid-19 em nossa cidade. Direcionar as equipes para o monitoramento dos pacientes após infecção, com relatórios mensais indicando quais as evoluções identificadas, oferecendo respaldo para a reabilitação das pessoas.

 

Candeia – Como pretende manter o relacionamento com a gestão da Santa Casa, sob intervenção municipal desde setembro de 2018?

Renata – Já estive em reunião com a interventora Angélica Fanti Moço e o responsável pela prestação de contas que estão adotando medidas de transparência dos gastos efetuados. Dialogar, participar de forma horizontal com a gestão da Nossa Santa Casa, fazer parte da construção dos planos para maior clareza de como o repasse do município está sendo aplicado, com a entrega das prestações de contas no prazo estabelecido, fortalecer a imagem da Nossa Santa Casa de forma transparente, resgatar a confiança e a credibilidade das pessoas que amam nossa cidade e desejam como nós que a Nossa Santa Casa seja de fato Nossa. É válida uma reflexão: Sabemos que os recursos são insuficientes, talvez o mais “fácil” fosse desistir, entretanto, será que é o esperado pela população? Com tantas histórias afetivas que fazem parte da vida de todo cidadão baririense e dos profissionais que lá trabalham. E “entregar os pontos” seria a melhor alternativa? O momento pede cautela, diálogo e união entre todos os setores envolvidos e a população, em busca de alternativas que venham estabilizar a situação da Nossa Santa Casa e não fechar as portas simplesmente, isso ao meu ver e acredito que para 98% da população, não seria a melhor resposta que a administração municipal poderia dar ao povo, visto que a intervenção municipal vem para buscar resolver um problema que foi criado lá atrás.