
Gilson afirmou que irá provar sua inocência; em pé os três membros da Comissão Processante – Rubens, Myrella e Laudenir (Alcir Zago/Candeia)
Com nove votos favoráveis e nenhum contrário, a Câmara de Bariri autorizou na noite de segunda-feira (17) a abertura de Comissão Processante (CP) que pede a cassação do mandato do vereador Gilson de Souza Carvalho (PSB).
O denunciado não votou porque é parte no procedimento. Seu lugar no plenário foi ocupado pelo primeiro suplente do PSB, Paulo Fernando Crepaldi.
A denúncia foi protocolada na quinta-feira (13) por Camila de Oliveira Faria. Ela se baseia em investigação feita pelo Ministério Público (MP) em face de Gilson, em que ele teria se apropriado do cargo para supostamente cometer atos de abuso de poder e assédio moral contra funcionárias públicas municipais, como, por exemplo, em relação à professora Dayane Marci Fonseca da Silva, até o ano passado diretora do pólo de Bariri da Univesp.
“Impor sua vontade como vereador, fazendo uso de seu poder conferido pelo cargo de parlamentar, inclusive influenciando diretamente e coercitivamente atos do Poder Executivo, para conseguir executar desejos particulares, pode ser considerado abuso de poder”, consta no pedido de abertura de CP.
Gilson fez uso da palavra e disse que os apontamentos feitos pelo MP e também na denúncia remetida ao Legislativo se tratam de questões do passado. Afirmou que irá provar sua inocência.
Em seu entendimento, se existe perseguição é o que está ocorrendo com ele. “Nunca persegui ninguém”, falou.
De acordo com o denunciado, a nomeação e a exoneração de servidores são atribuição do prefeito e que não tem o “poder da caneta”.
Para o vereador, há elementos que apontam para denunciação caluniosa e que havia necessidade de que antes fosse instaurado inquérito policial para, em seguida, ser denunciado à Justiça.
O presidente da Câmara, Ricardo Prearo (PSD), também fez uso da palavra. Disse que a Câmara se posicionou após recebimento de ofício do MP em que cobrava providências da Casa em relação à suposta perseguição cometida por Gilson contra a então diretora da Univesp e outras mulheres.
De acordo com Prearo, a abertura da CP não representa condenação, mas a instrução do procedimento, com a possibilidade de ampla defesa para o denunciado se manifestar.
Terminada a votação, houve sorteio dos vereadores que irão compor a CP. Rubens Pereira dos Santos (PSD) foi escolhido presidente, Myrella Soares da Silva (União Brasil) ficou com a relatoria e Laudenir Leonel de Souza (PL) é membro da comissão.
A partir de agora, o presidente da CP irá notificar o denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e documentos que a instruírem, para que, no prazo de 10 dias, apresente defesa prévia, por escrito, indique as provas que pretender produzir e arrole testemunhas, até o máximo de dez.