
Investigação contra Abelardo será feita pela Procuradoria-Geral de Justiça: no Facebook, prefeito disse que acusação é frágil e especulativa | Divulgação
Em manifestação encaminhada ao Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, o procurador de Justiça coordenador Mário Antonio de Campos Tebet e a promotora de Justiça assessora Lorena Gentil Ciampone relatam que há existência de elementos para iniciar e aprofundar a apuração de eventual participação do prefeito Abelardo Maurício Martins Simões Filho (MDB) em crimes imputados a ele.
Mário Tebet e Lorena Ciampone foram nomeados pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, para a condução das investigações.
O caso tramita na Corte paulista porque o chefe do Executivo tem foro por prerrogativa de função (foro privilegiado).
O Ministério Público (MP) de Bariri encaminhou os autos ao TJ porque eventuais ações criminais contra prefeito cabem a essa instância do Judiciário.
No caso envolvendo Abelardo, que figura como averiguado, o procedimento tramita na 13ª Câmara de Direito Criminal do tribunal, sob a relatoria do desembargador Bittencourt Rodrigues. Ele acolheu todos os pedidos feitos pelo MP em São Paulo.
Também conforme a decisão do desembargador, a pedido da Procuradoria de Justiça, continuará a tramitar na 2ª Vara Judicial de Bariri as investigações em relação aos outros investigados, os quais não gozam de foro por prerrogativa de função. Há urgência na tramitação porque dois deles estão presos temporariamente.
Investigação
O caso chegou à Corte paulista, após remessa de documentos feita pelo MP de Bariri.
Conforme os promotores que assinam o pedido, Nelson Aparecido Febraio Júnior, Gabriela Silva Gonçalves Salvador e Ana Maria Romano, há “contundentes elementos dando conta do cometimento de crimes” por parte de Abelardo. Na ação, o prefeito é investigado por corrupção passiva, concussão, fraudes licitatórias, fraudes processuais, coação no curso do processo e mandante de atentado.
Há meses, o MP apura crimes cometidos na contratação da empresa Latina Ambiental Ltda.
Posteriormente, houve cumprimento de mandados de busca e apreensão em Bariri, Itaju, Jaú e Limeira e de prisão contra o dono da empresa. Paulo Ricardo Barboza, que se encontra detido até o momento e que teve a prisão prorrogada por mais 30 dias por determinação judicial.
“As medidas investigativas de quebras de sigilos telefônicos, dados, telemáticos e localização, permitiu confirmar que foi o Senhor Paulo Ricardo Barboza o responsável pelos crimes contra a vítima Fábio”, citam os promotores. No início de junho deste ano houve atentado contra o empresário Fábio Yang com emprego de arma de fogo.
Em seguida, as investigações apontaram que o executor das ordens foi Barboza, que contratou o capitão da Polícia Militar (PM) Alexandre Gonçalves, responsável pela execução dos crimes violentos, o qual também está preso temporariamente.
O interrogatório do dono da Latina aos promotores de Justiça teria mencionado Abelardo no possível envolvimento dos crimes e, ainda, mandante do atentado contra a vítima Fábio Yang.
Além disso, Barboza relatou no depoimento que o prefeito de Bariri teria exigido dinheiro do contrato com a empresa Latina.
Outro lado
O Candeia acionou a assessoria do prefeito Abelardo Maurício Martins Simões Filho (MDB) nessa semana, dando espaço para ele se manifestar sobre o caso. Não houve retorno até o fechamento desta edição.
Em postagem em sua página no Facebook no dia 6 de setembro, o prefeito escreveu que recebeu “com surpresa, indignação e tristeza a notícia sobre o andamento da investigação do Ministério Público referente ao contrato de limpeza em Bariri e, principalmente, o pedido de abertura de investigação criminal contra mim baseada em uma narrativa forçosa”.
Para ele, trata-se de uma acusação frágil e especulativa, que excede questões referentes ao homem público e desonra sua vida pessoal e familiar.
Abelardo cita que a investigação visa a apurar fatos e que não se trata de condenação. “Espero que os promotores deixem isso claro nos próximos dias, para que não haja conivência com ‘linchamentos’ em redes sociais que são convenientemente provocados, promovidos e estimulados por oposicionistas ao governo”, escreveu.
Finaliza dizendo que ele e o governo sempre estiveram à disposição do Ministério Público para colaborar com qualquer questionamento e que seguirá com essa conduta.
Da Redação