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“O problema é que o mato tomava conta da cidade e junto com ele veio muita sujeira, incluindo objetos que acumulam água e servem de criadouro do mosquito Aedes aegypti”

Os casos de dengue estão em alta em todo o Brasil. Em Bariri não é diferente.

Conforme matéria publicada nesta edição, de janeiro de 2023 até janeiro de 2024 foram notificados 391 casos da doença no município.

Considerando somente 2024, nos 18 primeiros dias do ano o Setor de Vigilância Epidemiológica contabilizou 115 casos de dengue. Devem ser somados ainda outros 73, cujos exames foram feitos na rede privada.

Com certeza, esses números estão aquém dos casos reais. Isso porque há pessoas que não realizam o teste por causa de sintomas mais leves, entre outras ocasiões.

Especificamente no caso de Bariri, em meados de agosto do ano passado a prefeitura suspendeu o contrato de limpeza com a empresa Latina Ambiental por determinação judicial.

O motivo é que o Ministério Público (MP) apurou irregularidades na licitação e no contrato, questão que foi objeto de ação judicial ainda em trâmite na Comarca.

Bem no período em que as chuvas começam a se intensificar, a limpeza da cidade foi interrompida.

Somente no dia 20 de novembro (três meses depois da suspensão do contrato anterior) o serviço voltou a ser realizado no município. O problema é que o mato tomava conta da cidade e junto com ele veio muita sujeira, incluindo objetos que acumulam água e servem de criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A troca de governo municipal também pesou nessa demora.

O aumento de casos da doença acabou atingindo o pronto-socorro (PS) da Santa Casa de Bariri. Nos últimos 30 dias mais de 60% dos atendimentos na unidade foram de casos suspeitos de dengue.

O crescimento na procura pelo serviço fez com que pessoas classificadas como menos urgentes tivessem de esperar por horas pelo atendimento médico.

A resposta da prefeitura de Bariri para essa situação toda parece ter sido demorada. A nebulização costal em alguns bairros da cidade foi comunicada somente em meados de janeiro.

A criação de unidade para centralizar os atendimentos não foi uma medida colocada em prática pelo Executivo. O local poderia ter médico, equipe de enfermagem e insumos para a realização de exames e para o cuidado com os casos suspeitos, como hidratação, nos moldes do que ocorreu no auge dos casos de Covid-19. Essa falta de opção acabou sobrecarregando o pronto-socorro, concebido para atender casos de urgência e emergência.

Também faltaram ações mais incisivas da administração municipal em chamar a população para atuar na eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Para encerrar, a fiscalização do poder público em áreas próprias e de terceiros deve ser mais eficaz. Para ficar apenas num exemplo, basta dar uma olhada no prédio onde funcionava a Casa de Saúde São Jorge, atrás da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores.