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“Os moradores devem cuidar de seus quintais, olhando em cada canto da casa onde o mosquito pode depositar seus ovos”

A Prefeitura de Bariri publicou nessa semana decreto de estado de emergência em saúde pública por causa do aumento de casos de dengue. Desde o início do ano o município contabilizou 492 casos da doença.
Em linhas gerais, ele autoriza o prefeito a tomar medidas administrativas para conter casos de arboviroses, incluindo a aquisição de insumos e materiais e a contratação de serviços necessários ao atendimento da situação emergencial.
Duas mortes em 2024 no município possivelmente foram em decorrência da doença. É preciso aguardar o resultado de teste encaminhado para o Instituto Adolf Lutz. Além disso, unidades de saúde e o pronto-socorro da Santa Casa de Bariri há semanas estão abarrotados de casos suspeitos ou positivos de dengue.
Especialmente em decorrência da morte da agente de combate às endemias Daniele Joana Ramos Caçador da Silva, 33 anos, na noite de quarta-feira (31), o prefeito Luis Fernando Foloni (MDB) decidiu cancelar o carnaval no Lago Municipal, de 10 a 12 de fevereiro. De acordo com ele, no momento não há motivos para festa.
Bariri não é uma ilha em se tratando de dengue. O Ministério da Saúde se prepara para a hipótese de enfrentamento de uma epidemia de dengue, Até quarta-feira (31) o órgão havia registrado mais de 240 mil casos prováveis de dengue e 24 mortes confirmadas em decorrência da doença.
A maior parte dos casos está concentrada no Distrito Federal e em Estados como Minas Gerais, Acre, Paraná, Goiás e Espírito Santo.
O aumento da incidência acompanha o início do período de chuvas e altas temperaturas pelo Brasil, intensificados pelas mudanças climáticas provocadas pelo El Niño. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também emitiu um alerta para o aumento das arboviroses, como dengue, zika e Chikungunya.
Como historicamente o pico da dengue ocorre nos meses de março e abril, há perspectiva de que a situação piore em breve.
A vacina incorporada ao Sistema Único de Saúde, chamada Qdenga, será destinada apenas a municípios com população acima de 100 mil moradores. O imunizante pesquisado pelo Instituto Butantan deve chegar aos braços da população somente no fim deste ano ou início de 2025.
Diante desse quadro, é preciso um esforço coletivo na eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti.
O poder público precisa fazer sua parte, mobilizando equipes para vistoria de casa em casa. O objetivo é procurar larvas do mosquito. A aplicação de inseticida mata apenas o Aedes adulto. O Executivo também deve realizar campanhas de orientação junto à população e agir com poder de polícia em casas abandonadas.
Já os moradores devem cuidar de seus quintais, olhando em cada canto da casa onde o mosquito pode depositar seus ovos. Água limpa e parada e calor são ambientes propícios à proliferação do Aedes aegypti.
A ação precisa ter senso coletivo, porque se em 10 residências de uma quadra um morador não fizer sua parte, poderá comprometer as demais casas no entorno.