“Na cultura, Bariri é uma das cidades da região referência em questão de editais. Bariri saiu na frente, abrindo os editais da Lei Aldir Blanc. Também foi pioneira na questão da Lei Paulo Gustavo” (Foto Divulgação)
Há certa unanimidade de que os recursos para o fomento da cultura em Bariri são limitados. O objetivo é buscar dinheiro em outras fontes. Nesse sentido, o município atua proativamente na elaboração de editais e projetos em relação a leis de incentivo, como Paulo Gustavo e Aldir Blanc. Para a responsável pelo Setor Municipal de Cultura, Raica Spedo, Bariri é referência na região na elaboração de editais. Está em curso, por exemplo, chamamento público para a gestão de R$ 250 mil. Funcionária concursada, Raica conta que Bariri fortaleceu nos últimos anos vários itens relacionados à cultura, como o artesanato. Outro investimento foi na estruturação do prédio que sedia a pasta, no Centro Educacional, Cultural e de Exposições Mario Fava. Ela cita, ainda, a realização do carnaval no Lago Municipal Prefeito Accácio Masson, voltado mais às famílias e dedicando espaço para entidades assistenciais comercializarem comidas e bebidas.
Candeia – No dia 28 de agosto serão finalizados três chamamentos públicos com base na Lei Aldir Blanc. Qual o objetivo desse projeto e o valor total contemplado?
Raica – Os três editais são relacionados a diversas áreas culturais. Nós fomos contemplados com um pouco mais de R$ 250 mil e toda a distribuição foi feita de forma democrática. A lei nº 14.399, de 2022, institui a política nacional Aldir Blanc de fomento à cultura, chamada PNAB, baseada na parceria da União, dos Estados e do Distrito Federal junto com os municípios. O objetivo deste projeto é poder distribuir os recursos para os artistas culturais, fazedores de cultura, produtores, artistas, artesãos, toda a classe artística em geral.
Candeia – Em que outras oportunidades Bariri foi contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc?
Raica – Bariri foi contemplada pela primeira vez com recursos da Lei Aldir Blanc no ano de 2020, quando veio a pandemia da Covid-19, em que o setor cultural foi um dos mais afetados – foi o primeiro a fechar e o último a reabrir. Essa lei veio em caráter emergencial para ajudar principalmente a classe artística, produtores, toda a classe cultural em si, no momento em que estava acontecendo de pandemia, em que muitas pessoas precisavam trabalhar num ramo cultural e por conta da pandemia não foi possível. Em 2021 a legislação teve continuidade. Bariri recebeu recursos em 2020, sobrou uma verba que em 2021 foi reutilizada. Já a lei de 2022 veio para ser executada no prazo de cinco anos. Vamos executar esse ano e teremos mais quatro anos pela frente.
Candeia – E em relação a outros tipos de aporte cultural, como Lei Paulo Gustavo?
Raica – Em relação a outros tipos de aporte cultural, como a Lei Paulo Gustavo, realmente os municípios, tanto do Estado de São Paulo como do Brasil, estão recebendo recursos por meio dessas leis. A Lei Paulo Gustavo veio para nós o ano passado, Bariri recebeu mais de R$ 300 mil. É um projeto que foi totalmente democrático, através da participação da sociedade civil, junto com o Conselho Municipal de Políticas Culturais. Juntos, nós distribuímos a verba da Lei Paulo Gustavo, que também veio como uma verba emergencial para os produtores, toda a classe artística cultural. E ela foi distribuída e ainda está sendo executada no ano de 2024.
Candeia – Bariri tem participado do Revelando SP. De que forma o Setor Municipal de Cultura atua nesse tipo de projeto?
Raica – Bariri está participando do Revelando SP, promovido pela APPA, Associação Paulista de Amigos da Arte. Essa associação atua na difusão artística e cultural do Estado de São Paulo e suas ações são principalmente através de parcerias com a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativa do Estado de São Paulo. Ou seja, eles abrem editais para todos os municípios do Estado de São Paulo e cada município pode fazer a sua inscrição. O Setor de Cultura geralmente inscreve artesãs, toda parte da economia criativa do nosso município. O edital para o Revelando São Paulo pode ser na categoria de culinária ou categoria de artesanato. Os artesãos que se interessam vêm até o Setor de Cultura e, juntos, inscrevemos o projeto. Encaminhei o projeto da Geni, da arte genuína, e mandei também o da Simone Caires, que é da cachaça artesanal. E aí nós somos contemplados, elas como artesãos e nós como Setor de Cultura.
Candeia – Que projetos destaca no cenário cultural de Bariri nos últimos anos?
Raica – Em 2021 começamos com pequenas feiras, hoje nós temos feiras grandiosas, como a Feira Amor de Mãe. Através delas, criamos o Grupo Economia Criativa de Bariri, no qual a prefeitura e o Setor de Cultura apoiam todos os artesãos. Um dos frutos foi a associação Fios de Afeto. Estamos sempre oferecendo capacitações. Outro projeto é o Guri, da Santa Marcelina Cultura. É um programa do governo do estado, com contrapartida da prefeitura. O setor investiu muito na área de oficina, workshop, principalmente para pessoas produtores culturais, fazedores de cultura, artistas em geral, principalmente na área de como inscrever seu projeto, como trabalhar um projeto, porque todas as leis de incentivo federal são escolhidas através desses projetos. É preciso destacar a reativação do Conselho Municipal de Políticas Culturais, que é um conselho muito forte hoje em dia em Bariri.
Candeia – A realização de projetos é de fundamental importância para captação de recursos…
Raica – Sem dúvida. Na cultura, Bariri é uma das cidades da região referência em questão de editais. Bariri saiu na frente, abrindo os editais da Lei Aldir Blanc. Também foi pioneira na questão da Lei Paulo Gustavo. Ainda sobre projetos realizados, o Setor de Cultura trabalha com os Pontos MIS, parceria do Museu da Imagem e do Som, junto com o governo estadual. Ao longo do ano temos oficinas de áudio visual e filmes. A Expoarte também é referência na região. Nós trabalhamos com o setor de educação, com a equipe educacional, temas importantes nas escolas, e hoje ela virou uma tradição no nosso município.
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