Composição 1_1

Vereadores em pé votaram contra o repasse: discussão sobre falta de informações e encaminhamento com pressa do projeto /Alcir Zago/Candeia

Por cinco votos contra quatro, a Câmara de Bariri aprovou na segunda-feira, dia 1º, projeto de lei do Executivo que autoriza o repasse de R$ 1,9 milhão para manutenção do Pronto-Socorro (PS) Madeleine Moukarzel Azar.
Até meados de setembro os recursos eram destinados ao Instituto de Desenvolvimento de Gestão, Tecnologia e Pesquisa em Saúde e Assistência Social (IDGT). Após o encerramento do contrato emergencial com a entidade e a intervenção feita pela prefeitura de Bariri, o PS passou a ser gerido por interventor nomeado pelo Executivo.
Serão repassados R$ 175 mil referentes a setembro e R$ 350 mil por mês entre outubro e fevereiro de 2019.
O decreto de intervenção diz respeito a período de 180 dias; por esse motivo a proposta contemplou transferências de valores até fevereiro. O montante de R$ 350 mil por mês é o mesmo que vinha sendo pago ao IDGT.
A matéria chegou ao Legislativo na tarde de segunda-feira e foi colocada em votação em caráter de urgência.
Isso levou vereadores da oposição a tecerem críticas ao governo municipal. Leandro Gonzalez (PPS) reclamou que o projeto não dispunha de diagnóstico de quanto seria gasto efetivamente com os serviços de urgência e emergência. Comparou a situação a quem dá um cheque em branco a fornecedor.
Luis Carlos de Paula (MDB), o Paraná, disse que a prefeitura teve tempo hábil para encaminhar a proposta com maior antecedência. “O projeto veio a toque de caixa”, mencionou.
Vagner Mateus Ferreira (PSD), o Vaguinho, teceu o mesmo tipo de comentário. Segundo ele, se houvesse tanta pressa na votação, a proposta poderia ter sido encaminhada anteriormente, com mais tempo para os vereadores analisarem a questão.
Armando Perazzelli (PV) reclamou da falta de detalhamento dos gastos de R$ 350 mil por mês. Para ele, a prefeitura terá de prestar contas à Câmara das despesas no pronto-socorro.

Fiscalização

Os vereadores alinhados à administração municipal defenderam a aprovação da matéria. Ricardo Prearo (DEM) lembrou que os valores eram os mesmos repassados ao IDGT. Ele e o vereador Evandro Folieni (PSDB) ressaltaram que cabe ao Legislativo fiscalizar o uso do dinheiro no PS.
Para o presidente da Casa de Leis, Rubens Pereira dos Santos (PSDB), a Santa Casa não deveria fazer parte de jogo político na Câmara. “O importante é que o pronto-socorro esteja funcionando para toda a população”, disse.
Benedito Antonio Franchini (PTB) comentou que a saúde enfrenta dificuldades de forma geral. De acordo com ele, há falta de vagas para atendimentos especializados na região.
“Pacientes de Bariri que forem a cidades vizinhas podem até ter até menos atendimento”, ressaltou. “O primeiro atendimento é em Bariri.”