Composição 1_1
Composição 1_1

Na edição que antecede o ani- versário de Bariri, o Candeia en- trevista o prefeito da cidade, Abe- lardo Maurício Martins Simões Fi- lho (MDB). Ele fala sobre a forma como o governo tem encarado as críticas e menciona conquistas pa- ra o município. O político destaca a construção de poço profundo na Estação de Tratamento de Água (ETA) e investimentos de R$ 6 mi- lhões na Saúde. Também comen- ta a respeito de dois procedimen- tos instaurados pelo Ministério Pú- blico: um que cobra maior aporte de recursos na Santa Casa; e outro que questiona a forma como o Ser- viço de Água e Esgoto do Município de Bariri (Saemba) realizou aqui- sição de produtos e serviços em 2021, com fortes indícios de irre- gularidades. Esse trabalho foi fruto de Comissão Especial de Inquérito conduzida pela Câmara Municipal.
Candeia – Sua gestão está na metade do segundo ano de man- dado. Quais as maiores dificulda- des e aprendizados nesse período de um ano e meio?
Abelardo Simões – Estou prefei- to há um ano e seis meses. Mas al- guns políticos e outros politiqueiros da cidade me cobram como se eu estivesse no governo há muitos e muitos anos. Aliás, o que não co- bravam dos outros cobram muito mais de mim. A cidade teve mui- ta instabilidade política com muitos prefeitos em poucos anos e algu- mas pessoas que querem influen- ciar o processo político criaram a cultura de “caça” aos prefeitos, co- mo se fosse técnico de futebol que a imprensa esportiva “derruba” a todo momento. Isso atrapalha o tra- balho pela cidade. Atrasa o desen- volvimento de Bariri. É muito tempo perdido desmentindo “fake news” e distorções de alguns. Mas, se- guimos perseverando e com muita fé, eu e meu vice Fernando Foloni, firmes e unidos, aprendendo todos os dias e lutando por Bariri. Sabe- mos que estamos no caminho certo quando escutamos que a Santa Ca- sa está melhorando, quando acom-
panhamos as obras do poço pro- fundo que batalhamos tanto no Go- verno do Estado ou quando encami- nhamos outras ações que resolvem problemas antigos da nossa cidade.
Candeia – Como o senhor e sua equipe gestora têm lidado com as críticas, sejam elas de vereadores, nas redes sociais e também da im- prensa local e regional?
Abelardo Simões – Lidar com as “maldades” direcionadas ao nosso governo tem sido a maior dificulda- de. Mas a população é inteligente. Sabe que existem mais acertos do que erros na gestão e que quem só “desce a ripa” é porque tem algum outro interesse por trás. Às vezes é um cargo que queria e não recebeu, um “cala a boca” que não foi pago, um interesse político futuro, algum outro benefício ou até mesmo um in- teresse econômico maior por trás. Quem trabalha de forma justa critica quando precisa, mas também reco- nhece os muitos avanços do nosso governo e acaba tendo mais credibi- lidade com a população. Tem quem gosta do “circo” pegando fogo sim, mas é a minoria. As críticas constru- tivas são muito bem-vindas. Gosto quando sou parado por algum mu- nícipe ou um vereador vem até nós e traz uma ideia ou faz uma correção de forma respeitosa. A experiência e as sugestões possíveis de serem re- alizadas são muito bem aproveita- das, mas quando são de forma mal intencionadas, sem respeito algum ou até mesmo caluniosa, são des- prezadas por nós. Existe muita no- tícia falsa direcionada a nós, somos alvos de portal de notícias ou jor- nais baratos a todo momento. Nos- sa orientação para toda equipe é no sentido de desprezar, pois estamos sempre fazendo um trabalho sério e honesto e o que “eles” querem é nos desestabilizar para ficar perden- do tempo respondendo os ataques ao invés de trabalhar pela popula- ção. Não caímos nessa. No geral, vi- da que segue.
Candeia – No início do ano o senhor fez pequena alteração nos cargos de diretores. Como ava- lia as mudanças? Há outras me- didas que estão sendo estudadas em relação ao primeiro escalão de governo?
Abelardo Simões – Sim. Fize- mos alterações no quadro depois de um ano de mandato. Avalio de forma positiva e sou grato aos que estiveram ao meu lado no inicio de governo. Nenhum governo durante os quatro anos de mandato inicia e acaba com o mesmo quadro de di- retores. E com a gente não é dife- rente, porque os desafios vão mu- dando e os perfis necessários tam- bém. A prefeitura é muito dinâmi- ca. Fizemos mudanças, mas dentro das normalidades e sem nenhum problema. Não espero ter que me- xer na equipe para os próximos ci- clos da gestão, mas os resultados precisam aparecer e eu os cobro a todo o momento. Por hora, não te- mos nenhuma previsão de altera- ções na equipe.
Candeia – Em sua opinião, quais as maiores conquistas pa- ra Bariri em 2022?
Abelardo Simões – Em 2022 estamos muito ansiosos para entre- ga do nosso poço profundo que es- ta sendo construído lá na ETA. Essa será a maior obra que entregaremos em 2022 junto com o Governo do Estado de São Paulo. Esse poço se- rá responsável pelo abastecimento de mais da metade da cidade e jun- to com os outros poços e interven- ções que o Saemba já realizou vai renovar a captação e distribuição de água na cidade. Já na área da Saú- de estão sendo investidos mais de R$ 6 milhões com novos equipa- mentos e veículos, exames, refor- mas e um avanço muito significante na informatização da rede. Na infra- estrutura e serviços de manutenção da cidade, conquistamos duas pá- carregadeiras, uma retroescavadei- ra, um caminhão-pipa, um rolo de asfalto, um caminhão prancha, uma roçadeira e dois veículos utilitários para o setor que estava abandona- do e a população sentia a falta dis- so na má conservação das ruas e dos espaços públicos. Mas destaco entre os grandes feitos de 2021 o início da recuperação da Santa Ca- sa de Misericórdia que permanece sob intervenção administrativa mu- nicipal e nosso governo conseguiu trazer estabilidade e mais recursos para a entidade. Ainda não é o ide- al, mas já evoluímos muito, com o apoio da direção, de todos os fun- cionários e técnicos, corpo clínico e queremos conquistar a confian- ça de mais pessoas da nossa so- ciedade para apoiar as iniciativas de recuperação do hospital. Fortalecer ainda mais essa rede de apoio.
Candeia – O Ministério Público está cobrando maior aporte finan- ceiro do município para a Santa Casa de Bariri. Que valores a ad- ministração municipal informou ser possível transferir ao hospi- tal? Que critérios foram utilizados nesse cálculo?
Abelardo Simões – O Ministério
Público vem desempenhando um papel muito importante em nosso município nos últimos anos. Foi fun- damental a união de esforços, en- tre Executivo, Legislativo e Judiciá- rio com relação a Santa Casa. Es- se tipo de cobrança é salutar e vejo que estamos chegando em um con- senso principalmente porque temos também a questão dos outros mu- nicípios como Itaju e Boraceia, que são atendidos pela nossa Santa Ca- sa. No final do ano passado aumen- tamos em 10% o repasse para to- das a entidades de Bariri e agora no primeiro semestre para a Santa Ca- sa foi feito um aditivo de mais R$ 58 mil mês, chegando em um to- tal de R$ 498 mil. Sabemos que es- se valor somados com os repasses do SUS ainda são insuficientes para cobrir todos os custos do hospital. Essa realidade não é apenas de Ba- riri, mas de todos os hospitais filan- trópicos do país. Por isso precisa- mos ter cada vez mais força políti- ca e união de esforços para continu- ar atraindo mais os voluntários para perto da entidade e buscar cada vez mais verbas extras seja de emendas parlamentares ou outros convênios com o Governo do Estado e Federal.
Candeia – Para o senhor, como equilibrar as contas do hospital?
Abelardo Simões – Quem acha que o município pode bancar sozi- nho toda a Santa Casa, sem apoio das emendas estaduais e fede- rais de custeio e investimento es- tá “sangrando” outros aspectos da nossa saúde, como a rede de aten- ção básica. É preciso buscar equi- líbrio, reduzir custos e obter novas fontes de receitas. Esse é o desa- fio do momento. Os cálculos utiliza- dos para repasse foram todos em cima do orçamento anual da prefei- tura e buscando os limites pruden- ciais diante da instabilidade econô- mica vivida pelo país para não invia- bilizar a rede básica de saúde ou tor- nar insustentável o repasse se hou- ver piora do cenário macroeconômi- co. A questão do ICMS de combus- tíveis, por exemplo, interfere na ar- recadação dos municípios e não sa- bemos o que pode acontecer em um futuro próximo. Temos que ter “pés no chão” e avançarmos deva- gar nos custos fixos assumidos pe- lo município. Por isso as emendas são tão importantes. E é dinheiro da população. As pessoas moram nos municípios e não no Estado ou na União. Então, os municípios preci- sam mesmo contar com essas ver- bas extras para suas necessidades. É justo e faz parte do sistema. Uma coisa posso garantir: não estamos medindo esforços para cuidar da saúde financeira da Santa Casa e de outras entidades que prestam servi- ços relevantes para o município. Tu- do que está dentro do nosso alcan- ce estamos fazendo. Destaco aqui o trabalho incansável da diretora de Saúde Marina Prearo e da diretora de Finanças Natália Sisto.
Candeia – Outro procedimento que está sob análise no Ministé- rio Público é o relatório da CEI do Saemba. Como avalia o trabalho do Legislativo e que análise espera da Promotoria de Justiça quan- to ao conteúdo do relatório?
Abelardo Simões – Vocês sa- bem quantos inquéritos civis exis- tem em andamento apurando ques- tões públicas de administrações passadas? Dezenas. Aqui e até no Ministério Público Federal. Este é o trabalho do Ministério Público e de- vemos acatar e respeitar. Muitas ve- zes, a atuação dos promotores aca- ba nos orientando e ajudando a apri- morar a gestão. O que é ridículo é a tentativa de uso político de uma ins- tituição séria como o Ministério Pú- blico com o “denuncismo exagera- do” ou a tentativa de ratificar críti- cas políticas usando a instituição. Quanto ao Saemba, o superinten- dente vai demonstrar ao Ministé- rio Público que o sistema de com- pras utilizado era o mesmo há mui- tos anos pela autarquia e se existe alguma evolução ou correção de ru- mos é porque está sendo adotada nesta gestão. O fato de alguns vere- adores que já exerceram mandatos terem “fechado os olhos” para a for- ma de compras do Saemba em ges- tões passadas não significa que es- sas situações já não existiam. É is- so que politicamente deve ser ques- tionado. Porque só agora esses ve- readores “denunciaram” essa forma de atuação se isso já existia? O su- perintendente atual do Saemba vira a “manchete de jornal” por questões políticas e pessoais. Mas os apon- tamentos envolvem toda a autarquia e pessoas que estão ali há muitos anos, que são sérias e honestas, as- sim como os fornecedores que são a maioria do próprio comércio de Bariri. Se existem problemas na for- ma de aquisição, precisam ser cor- rigidos. Mas daí a provar “má-fé” de todos os envolvidos é outra coisa. Vamos aguardar e ignorar o jogo po- lítico envolvido na tal “CEI”.
Candeia – Em outubro deste ano teremos eleições gerais no Brasil. Qual sua análise sobre a disputa e que cenário proje- ta para Bariri após a realização do pleito? Há alguma preferên- cia pessoal em relação aos futu- ros candidatos?
Abelardo Simões – Este é um ano eleitoral e as pessoas costu- mam se posicionar mais, tomam partido e os ânimos ficam mais acir-
rados. Isso preocupa qualquer admi- nistração que busca uma estabilida- de geral em uma prefeitura que ca- rece de todo cuidado como a nos- sa. Confesso que não acho positi- va a polarização com que o país se projetou, “A ou B”, sem diálogo. No meu ponto de vista prefiro olhar pa- ra “frente” e pensar em Bariri. O fu- turo nos promete muito e estou mui- to esperançoso com nossa cidade. Temos muito a crescer e estamos ansiosos com novas parcerias. Te- nho um relacionamento muito estrei- to com o presidente nacional do meu partido MDB, o deputado federal Ba- leia Rossi, e isso tem me ajudado muito em meu governo. Na esfera estadual nosso apoio é incondicional ao novo governador Rodrigo Garcia que tem nos ajudado muito desde o primeiro dia do nosso mandato e que tem feito um belíssimo trabalho por- que acredita em um governo munici- palista como o caminho mais rápido para atender a população. Prova dis- so é a questão do poço profundo. Is- so é bom para as cidades de peque- no porte. Já no cenário nacional te- nho muito respeito ao cargo de pre- sidente e como um bom cidadão se não posso ajudar, jamais irei atrapa- lhar um governo. Mas uma coisa é certa. Independentemente de quem vença as eleições, eu estarei em São Paulo e em Brasília cumprindo meu papel de lutar e pedir verbas para Ba- riri. É assim que eu, meu vice Fer- nando Foloni e minha equipe traba- lhamos. Em favor de Bariri.
Candeia – O que destacaria no aniversario da cidade?
Abelardo Simões – Neste ano preparamos para as festividades de nossa cidade um calendário re- pleto de atrações e espero que to- dos aproveitem. Destaco em nome de nossa presidente do Fundo So- cial de Solidariedade, minha espo- sa Anai Simões, um agradecimen- to especial a todas as pessoas que ajudam, se dedicam e se volunta- riam diariamente por nossa queri- da cidade. Aproveito a oportunida- de para me dirigir aos nossos mu- nícipes e a nossa querida Bariri que neste dia 16 de junho completa 132 de emancipação política. Parabéns Bariri, povo acolhedor, iluminado e trabalhador. Deixo um abraço cari- nhoso do prefeito Abelardinho e do vice Fernado Foloni