
“Oferecer o ensino integral em vez de parcial irá representar mais gastos com funcionários, alimentação, material etc. Outro desafio é com a estrutura física atualmente existente”
Um dos destaques da edição interativa do Candeia desta semana é o início da discussão sobre a implantação do ensino em tempo integral em Bariri.
Há legislações em nível federal e municipal acerca do tema, mas ainda sem efeitos concretos no município.
E é justamente para discutir a adoção de políticas públicas voltadas ao ensino em tempo integral que o prefeito Airton Luis Pegoraro (Avante) assinou decreto criando o Comitê Municipal Intersetorial de Educação Integral em Tempo Integral do Município de Bariri.
Ao todo, 17 pessoas nomeadas pelo chefe do Executivo irão debruçar sobre o tema.
De cara, o maior entrave para a expansão do ensino integral em Bariri são as restrições orçamentárias.
Os recursos do Fundeb (fundo para manutenção da educação básica) são insuficientes para arcar com a folha de pagamento dos profissionais do magistério.
Oferecer o ensino integral em vez de parcial irá representar mais gastos com funcionários, alimentação, material etc. Outro desafio é com a estrutura física atualmente existente.
Para abordar apenas um item, prédios da educação ainda carecem de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiro (AVCB).
Na atualidade, Bariri oferece o ensino integral para alunos de creches (rede municipal) e do fundamental 2 e do ensino médio (ambos pela rede estadual).
Conforme o Censo Escolar da Educação Básica, publicado pelo Ministério da Educação, são 645 alunos em creches – período integral.
Considerando apenas a rede estadual, no fundamental 2 (6º ao 9º ano) são 227 alunos matriculados no período integral (Escola Professora Ephigênia Cardoso Machado Fortunato) e 202 no período parcial (Escola Professora Idalina Vianna Ferro). Como se observa, a procura é grande pelo maior tempo de dedicação aos estudos.
Já no ensino médio (oferecido em Bariri apenas pela rede estadual) a maioria prefere o período parcial, pelo fato de os estudantes conciliarem trabalho com escola. Segundo o censo, são 558 alunos na escola Idalina (parcial) e 77 na escola Ephigênia (integral).
Questões econômicas e da realidade vivida pelos estudantes e pelas famílias deverão ser levadas em consideração pelos membros do comitê na discussão do assunto.