Chuva neste inverno em Bariri ficou abaixo da média dos últimos 23 anos, mas em agosto foi intensa/ Arquivo/Candeia
A primavera de 2018 no Hemisfério Sul começa oficialmente hoje, dia 22, às 22h54, pelo horário de Brasília, e vai até o dia 21 de dezembro, às 19h23, sem considerar o horário brasileiro de verão.
É uma estação de transição durante a qual a atmosfera gradualmente sai do padrão seco característico do inverno e ganha o padrão úmido e quente típico o verão. Mas esta transformação não ocorre de uma semana para outra.
Em Bariri, nos últimos 23 anos a chuva entre junho e setembro registrou média de 181 mm, conforme o site da DC Bio. O montante neste ano (162 mm) ficou abaixo da média do período. Mesmo assim, vale ressaltar que em agosto choveu bem acima da média (veja quadro).
Segundo o site de meteorologia Climatempo, a chuva da primavera é mais esperada do ano, pois vai permitir que os agricultores comecem a semeadura da nova safra de verão.
Os eventos de chuva volumosa ficam mais frequentes e se espalham pelo País no decorrer da primavera dando início à recuperação dos grandes reservatórios hidrelétricos e de abastecimento do País.
É durante a primavera que aumentam os transtornos causados pelos temporais que começam a acontecer com mais frequência por quase todo o Brasil.
Durante essa estação ocorre uma grande mudança na circulação dos ventos sobre o Brasil, que permite a formação do corredor de umidade entre o Norte, o Centro-Oeste e o Sudeste. Isto permite o crescimento de muitas áreas de instabilidade sobre estas regiões, que provocam pancadas de chuva frequentes especialmente durante as tardes e noites.
É a maior disponibilidade de ar úmido e quente sobre o país que facilita a formação das enormes nuvens cumulonimbus, que causam os temporais com muitos raios, ventania, granizo e até tornados.
O que esperar
De acordo com o Climatempo, a primavera de 2018 será influenciada pelo aquecimento da porção central e leste do oceano Pacífico Equatorial, na altura da costa do Peru, que vai gerar um novo episódio do fenômeno El Niño.
A maioria das áreas do Brasil terá mais dias quentes do que com temperatura baixa. A chuva retorna ao País, mas o processo de formação do El Niño será um complicador para a chuva.
A chuva da primavera já é normalmente irregular e não beneficia igualmente uma grande região. O aquecimento que ocorre no Pacífico vai aumentar esta irregularidade espacial.
O impacto negativo da irregularidade da chuva da primavera de 2018 será mais sentido nos setores de abastecimento de água para as populações e para a geração de energia do que na agricultura.
Chuvas em Bariri no período do inverno
Ano Junho Julho Agosto Setembro Total do período
1995 19,0 30,0 0,0 59,0 108,0
1996 28,0 0,0 15,0 202,0 245,0
1997 226,0 43,0 0,0 65,0 334,0
1998 8,0 4,0 70,0 78,0 160,0
1999 96,0 0,0 0,0 133,0 229,0
2000 13,0 60,0 73,0 125,0 271,0
2001 40,0 10,0 70,0 72,0 192,0
2002 0,0 50,0 46,0 54,0 150,0
2003 15,0 5,0 31,0 18,0 69,0
2004 53,0 64,0 0,0 10,0 127,0
2005 53,0 10,0 7,0 44,0 114,0
2006 30,0 13,0 21,0 58,0 122,0
2007 0,0 179,5 0,0 0,0 179,5
2008 43,5 0,0 62,0 34,0 139,5
2009 23,5 75,5 157,0 134,0 390,0
2010 18,0 40,0 0,0 102,0 160,0
2011 35,0 3,6 26,0 0,0 64,6
2012 204,5 16,5 0,0 75,0 296,0
2013 102,0 34,0 0,0 69,5 205,5
2014 7,0 24,0 9,5 105,0 145,5
2015 10,0 61,0 27,0 140,0 238,0
2016 94,5 0,0 64,0 18,0 176,5
2017 5,5 0,0 47,5 19,0 72,0
2018 0,0 1,0 116,0 45,0 162,0
Fonte: DC Bio