Composição 1_1
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Trabalho preventivo, oferta de serviços emergenciais e hospitalares e colaboração da população devem manter a dengue sob controle em Bariri Robertinho Coletta/Candeia

Diferente de algumas cidades da região, como Bauru que enfrenta epidemia de dengue, Bariri até o momento tem um caso confirmado da doença. É no Jardim Maria Luísa e a origem da transmissão ainda é inconclusiva, uma vez que a pessoa mora em Bariri, mas passa os finais de semana em Bauru.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica (VE), sete casos suspeitos de dengue foram investigados esse ano. Um deu positivo, dois negativados e para os demais ainda não há resultado.
Ainda segundo o setor, em Bariri, o último levantamento do índice de Breteau (valor numérico que define a quantidade de insetos em fase de desenvolvimento encontrados nas habitações humanas pela quantidade de total vistoriada), datado de outubro/2018, é de 1,6, classificado pela tabela do Ministério da Saúde como de “alerta” (menor que 1,0 é satisfatório; de 1,0 a 2,9, alerta; e acima de 3, alto risco).
Apesar do quadro relativamente tranquilo, a diretora municipal de Saúde, Angélica Fanti Moço, garante que o setor está mobilizado e alerta à situação. Em entrevista ao Jornal Candeia, acompanhada de Rosemara Cristina Gonçalves Rodrigues, chefe do setor de Vigilância Epidemiológica, Angélica diz que a equipe epidemiológica, agentes de endemia e agentes comunitários de Saúde trabalham para manter a dengue sob controle em Bariri.

Hábitos de controle

Elas afirmam que em casas, terrenos e logradouros visitados pelos agentes ainda encontram muito mato, caixa d’água descoberta e outros criadouros do mosquito Aedes aegypti. Os moradores até colaboram com a vistoria, mas uma grande parte não adquire os tão propagados hábitos de controle.
Em casos de terrenos baldios e residências abandonadas e/ou desabitadas, a situação ainda é mais difícil porque há trâmites legais a seguir. Os serviços públicos atuam somente quando acionados. Após a denúncia, a VE vai até o local, faz a vistoria e passa o caso para o setor de Fiscalização, que notifica o proprietário e processo é aberto. Se tudo correr bem, em 15 dias, a prefeitura pode entrar no local, fazer a limpeza e depois mandar a conta do serviço para o proprietário. Até lá, é torcer para a larva não se transformar em mosquito e contaminar a população.
Por isso, a melhor forma de prevenção ainda é tomar a vacina e seguir as dicas de controle, como evitar o acúmulo de água; colocar tela nas janelas e areia nos vasos de plantas; consciência com o lixo; limpar as calhas, piscinas e aquários; e desinfetante nos ralos. Resumindo: a responsabilidade do controle é paritária, depende tanto do poder público quanto da população.
Na prevenção, a prefeitura iniciou na terça-feira, dia 12, em prédios públicos, a instalação de 30 armadilhas para o mosquito Aedes aegypti adulto.
Elas foram instaladas em pontos estratégicos da cidade e serão acompanhadas semanalmente pela equipe do setor. A iniciativa tem como objetivo implantar novos métodos que viabilizem o controle de circulação de vírus e do mosquito transmissor da Dengue, Zika, Chikungunya e outros vetores.
Angélica destaca que a vacina contra a dengue, licenciada no Brasil e desenvolvida pela empresa francesa Sanofi Pasteur, não é oferecida pela rede pública, devido a trâmites legais. Ou seja, quem quiser se imunizar deve procurar a rede privada de saúde.

Estrutura de atendimento

A diretora acredita que a estrutura atual da rede básica de saúde pode suportar aumento da demanda, devido à eventual alta nos casos de dengue. Para ela, a recente mudança na gestão da Santa Casa e pronto-socorro, não deve impedir que os serviços emergenciais e hospitalares sejam realizados a contento. Também afirma que há acesso aos exames laboratoriais específicos e que a equipe de profissionais deve dar suporte à eventual aumento de demanda. “Nosso maior foco, no entanto, é a prevenção”, destaca.
Para Angélica, o mutirão de limpeza contra o escorpião, realizado pela administração municipal no final de 2018 e começo de 2019, contribuiu para o controle da dengue em Bariri. Assustada por casos de morte, a população se empenhou mais que em campanhas anteriores no descarte de material e/ou criadouros do aracnídeo e, por tabela, do Aedes.
Rosemara afirma que o trabalho preventivo segue com a termonebulização (fumacê), que se desenvolve há duas semanas e tem como alvo o mosquito culex (pernilongo comum).
Outra etapa é a nebulização, ou seja, bloqueio epidemiológico de uma área determinada, primeiramente em torno de residências em que foi detectada infestação. Em Bariri, segundo Mara, o primeiro local é o Jardim Maria Luiza devido ao caso de dengue diagnosticado.
Ainda em decorrência da campanha estimulada pelo governo do Estado, o setor de Saúde deve atuar em conjunto com o da Educação para realizar ações de conscientização e orientação em unidades escolares. As primeiras serão as Escolas Joseane Bianco e Ângela Maria Prearo Fortunato.