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Medicação teve a indicação de uso ampliada desde o dia 3 de abril / Foto: Reprodução

Hospitais de Bauru, das redes pública e particular, já utilizam a cloroquina ou hidroxicloroquina, que é variante da mesma droga, no tratamento de pacientes com suspeita de coronavírus (Covid-19).

Embora sua eficácia ainda esteja sendo estudada cientificamente, a medicação tem sido usada desde o início da epidemia como opção nos casos em que há internação do paciente.

Segundo apurado, o Hospital Estadual (HE) – referência da Covid-19 na rede pública – ministra a droga, assim como os hospitais privados que atendem suspeitas e confirmações da doença.

Em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (8), o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus do Governo de São Paulo, David Uip, e o secretário de Saúde do Estado, José Henrique Germann, informaram que todos os hospitais estaduais receberam, por parte do Ministério da Saúde, a medicação.

Segundo Germann, cerca de 200 mil comprimidos foram recebidos do Ministério e já distribuídos pela rede estadual. Desde o dia 3 de abril, a indicação foi ampliada a todos os pacientes internados.

E o uso tem sido feito desde o início da internação, mas apenas quando há a indicação médica. “Desde que haja consentimento formal [em papel] do paciente, quando ele aceita, ou quando algum familiar que responde por ele aceita os riscos frente à prescrição médica”, cita Germann.

EFEITOS COLATERAIS

David Uip reforça, contudo, que o uso da cloroquina é indicado apenas para pacientes internados, porque há necessidade de observação médica, principalmente em relação aos efeitos colaterais.

Efeitos adversos cardíacos, hepáticos e visuais são relatados no uso da cloroquina. “Temos enorme experiência com a cloroquina. Nós, que trabalhamos com medicina infecciosa e tropical, usamos a cloroquina há muitos anos no tratamento da malária. Eu trabalho em Angola desde 2003 e posso afirmar: é uma droga importante, com efeitos colaterais não desprezíveis”, cita Uip. “Não há um trabalho científico, até agora, que concluiu a eficácia e eficiência deste medicamento. Nós aguardamos os resultados”, acrescenta.

O Estado não informou quais as impressões observadas por equipes médicas até o momento em pacientes que receberam a cloroquina no HE de Bauru.

Uma das estratégias utilizados na internação de pacientes entubados com suspeita de Covid-19 tem sido a posição prona (virar o paciente de bruços), que é uma manobra feita para combater a hipoxemia e ajudar na estabilização hemodinâmica.

Fonte: JCNet