O presidente da Câmara de Bariri, Airton Luis Pegoraro (Avante), disse na sessão da Câmara de segunda-feira (15) que irá oficiar o prefeito Luis Fernando Foloni (MDB) para o efetivo cumprimento de lei que obriga o Executivo a divulgar, no Portal da Transparência do Município, a quantidade mensal de horas extras trabalhadas pelos servidores públicos municipais.
Projeto de lei de autoria dos vereadores Myrella Soares da Silva (União Brasil) e Francisco Leandro Gonzalez (Avante) foi aprovado em outubro do ano passado, mas até o momento não houve o cumprimento da legislação.
O município ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Tribunal de Justiça de São Paulo contra alguns trechos do texto. No entanto, em decisão monocrática, o desembargador Carlos Monnerat, do Órgão Especial, indeferiu pedido de liminar. A Corte ainda irá apreciar o mérito da ação.
Pegoraro citou que o Decreto-Lei nº 201, de 1967, estabelece que é crime de responsabilidade do prefeito “negar execução a lei federal, estadual ou municipal, ou deixar de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da recusa ou da impossibilidade, por escrito, à autoridade competente”.
O presidente da Câmara comentou que se não houver cumprimento da lei irá comunicar o Ministério Público (MP) para tomada de providências legais. Para ele, a efetivação dessa lei não traz custos ao município e que a impressão é que existe uma preocupação da administração municipal em expor algumas “figuras carimbadas” que possam estar levando alguma vantagem.
O vereador Leandro Gonzalez também falou sobre o assunto. Afirmou que a transparência deve nortear os atos da administração pública.
De acordo com ele, o governo ajuizou a Adin no TJ, mas não existe o mesmo empenho em criar ferramentas para o cumprimento de leis e para dar maior transparência aos munícipes.
Myrella também abordou o tema. Contou que antigamente havia uma lupa no Portal da Transparência da Prefeitura de Bariri. Ao clicar nela, o internauta tinha informações das horas extras executadas pelos servidores públicos.
Após denúncia sobre funcionários ganhando altos valores, a ferramenta foi retirada do Portal da Transparência.