
Empresa Latina Ambiental: relatório tem como base notebook apreendido com o dono da empresa (Arquivo/Candeia)
O promotor de Justiça Nelson Aparecido Febraio Junior apresentou relatório com mais de 150 páginas contendo novas informações sobre a empresa Latina Ambiental e contratos supostamente fraudulentos com as prefeituras de Bariri e de Itaju.
O documento está inserido em ação na esfera cível em face da Prefeitura de Itaju, do prefeito Jerri de Souza Neiva, da Latina, do proprietário da empresa, Paulo Ricardo Barboza, e dos diretores municipais Emerson Rossi de Abreu e Gustavo Caires Dias.
Os elementos que agora fazem parte do processo foram obtidos após apreensão de notebook pertencente e Paulo Ricardo.
De acordo com Febraio Junior, o relatório não consiste em nova prova. “É apenas uma análise documentada de temas relevantes ao caso por uma das partes (Ministério Público) de prova já informada aos autos e cuja disponibilização integral às defesas foi franqueada e efetivamente concedida para os defensores que manifestaram interesse”, relata o promotor de Justiça.
Há uma série de conversas com políticos, funcionários da Latina, servidores públicos, entre outros.
De acordo com o MP, os documentos apontam para “compatibilidade entre mensagens e pagamentos de propinas, bem como emissão e autorização de pagamentos de notas frias, com fraudes em contratos” nas prefeituras de Bariri, Itaju e Santa Gertrudes, municípios onde a Latina atuava.
No caso de Bariri, a Promotoria de Justiça cita que as conversas mostram envolvimento direto do ex-prefeito Abelardo Maurício Martins Simões Filho no esquema criminoso. Outra menção é que Eder Cassiola, então superintendente do Saemba, teria recebido edital direcionado pela empresa prestadora do serviço de limpeza pública.
Consta, ainda, no relatório que o servidor público Sincler Policarpo estaria causando transtornos à Latina, ao questionar irregularidades no contrato da prefeitura com a Latina.
Em relação ao atentado ocorrido contra o empresário Fabio Yang no início de junho de 2023, o dono da Latina encaminhou um áudio em 29 de março relatando que do Yang estava “guardado” e que não iria “passar em branco”.
De acordo com o MP, na ocasião Paulo Ricardo teve reunião em Bariri com presença de Abelardo e do empresário Abílio Giacon Neto.
No caso de Itaju, o MP escreve no relatório fraude na contratação da Latina, pagamento de propina e eventual indicação política da primeira-dama Fátima Camargo e do vice-prefeito Wellington Pegorin na contratação dos trabalhadores para atuarem na empresa de limpeza.