
Operação Prenunciado 2 foi deflagrada em agosto de 2023 pelo Gaeco, com apoio da Polícia Militar (Arquivo/Candeia)
Cinco investigados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na esfera da Operação Prenunciado 2 foram condenados pela 2ª Vara Judicial da Comarca de Bariri.
As penas foram de dez a 22 anos de prisão, todas em regime inicial fechado. O poder Judiciário determinou ainda aos réus a obrigação de pagar indenizações mínimas pelas fraudes, sendo de R$ 2.557.294,66 por danos materiais e R$ 2.557.294,66 por danos morais coletivos em favor da sociedade da cidade lesada.
A Prenunciado 2 foi deflagrada em 8 de agosto de 2023 com o objetivo de apurar crimes de organização criminosa e delitos licitatórios e contratuais, além de coações.
Segundo as investigações, houve aplicação de fraudes estruturadas no município de Bariri a partir de direcionamentos licitatórios e contratos públicos irregulares.
Além disso, ficou demonstrada a participação de policiais militares, que exerciam violência e grave ameaça contra pessoas que tentassem denunciar o esquema ou mesmo concorrer em licitações. Os criminosos ainda desviavam valores do contrato para pagamentos de propinas.
As condenações foram pelos crimes de organização criminosa, frustração do caráter competitivo de licitações, fraudes contratuais, coação no curso do processo e roubo circunstanciado.
Outras pessoas ligadas ao grupo continuam sendo alvos das investigações.
Condenações
O processo judicial estava em segredo de Justiça, mas o juiz Maurício Martines Chiado, da 2ª Vara Judicial de Bariri, retirou o sigilo.
Conforme a decisão do magistrado, as penas foram as seguintes:
Empresário Abílio Giacon Neto – 20 anos e 20 dias de reclusão;
Policial Militar Alexandre Gonçalves – 15 anos e 13 dias de reclusão;
Ex-diretor Flávio Muniz Dalla Coletta – 10 anos e dois meses de reclusão;
Ex-diretor Giuliano Griso – 18 anos e 20 dias de reclusão;
Empresário Paulo Ricardo Barboza – 22 anos e 20 dias de reclusão.
De acordo com o juiz, em relação aos réus que se encontram soltos nesta data, foi assegurado o direito de recorrerem em liberdade. Alexandre e Paulo Ricardo são os únicos a estarem presos no momento.
Outro lado
O Candeia entrou em contato com a defesa das cinco pessoas condenadas na ação em primeira instância.
Advogados de Abílio Giacon Neto retornaram com o seguinte posicionamento: “a defesa de Abílio Giacon Neto, certa da sua inocência, lamenta que os seus argumentos e provas que indicam a injusta, descabida e desproporcional acusação contra ele não tenham sido considerados na sentença do último dia 29 de novembro, e tem a plena convicção de que o Tribunal de Justiça reformará a decisão tão logo tenha acesso amplo aos autos”.
A defesa dos demais condenados em primeira instância não retornou até o fechamento desta edição.