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“Estamos quitando o parcelamento com a CPFL e cumprindo com as obrigações mensais, mas sem sobra de dinheiro” (Foto Divulgação)

A situação financeira do Serviço de Água e Esgoto do Município de Bariri (Ssemba) está melhor, com dinheiro para pagamento das obrigações mensais e parcelamento junto à CPFL Paulista. No entanto, não há sobras para investimentos. A afirmação é do superintendente da autarquia, Décio Simonetti Junior, 60 anos, natural de Bariri. Ele conta que a dívida com a concessionária que fornece energia elétrica era de R$ 2,7 milhões e hoje está em R$ 1,1 milhão. O parcelamento junto à empresa deve ser quitado até o fim deste ano. Décio é graduado como engenheiro eletricista pela Unesp de Bauru. Atuou já em diversos ramos relacionados, incluindo mais de cinco anos de experiência anterior na Divisão Técnica e de Planejamento do Saemba e quatro anos em empresa de loteamentos como projetista de redes de energia padrão CPFL e em outros relacionados à área de telefonia.

Candeia – Recentemente havia preocupação em relação à situação financeira do Saemba. Como estão as finanças da autarquia na atualidade?
Décio – Atualmente estamos conseguindo recuperar o débito da CPFL, quitando o parcelamento. Entretanto, ainda não temos dinheiro sobrando, o que impedem grandes investimentos. Mas é uma situação muito menos preocupante do que anteriormente.

Candeia – Como está a situação do débito do Saemba com a CPFL Paulista?
Décio – Conforme o balanço patrimonial da autarquia, o débito relacionado à CFPL que ingressou no presente ano foi no montante de, aproximadamente, R$ 2,75 milhões. Atualmente, restam apenas R$ 1,14 milhão a serem quitados. O parcelamento foi feito até o mês de novembro, e ao que tudo indica será quitado na data prevista. Já as faturas do mês estão sendo pagas conforme chegam, ficando em raras ocasiões uma ou outra atrasada, mas brevemente quitada. Além desse débito com a CPFL, não existem outros pendentes.

Candeia – O aumento no valor da tarifa de água e esgoto no início deste ano foi necessário nos percentuais propostos à época? Por quê?
Décio – O aumento do valor foi pautado em estudo financeiro realizado pela Divisão de Administração e Finanças na época. O mesmo foi projetado, considerando-se a necessidade de pagamento de débitos atrasados da CPFL e as despesas atuais. Até o momento, o valor tem sido suficiente para cumprir com as obrigações mensais, sem sobrar dinheiro.

Candeia – Após a morte de servidor em obra do Saemba no fim de julho do ano passado, que medidas de segurança foram tomadas pela autarquia?
Décio – Inicialmente, já em 2023, o Saemba procedeu com a realização de cursos exigidos pela norma do Ministério do Trabalho em tópicos importantes para a segurança dos servidores na atuação em qualquer operação do Saemba. Em ato contínuo, foi reestruturada a contratação da empresa de segurança do trabalho, visando acrescentar mais serviços, melhorar as logísticas de atuação e implementar laudos antes não existentes. Inclusive, realizamos a aquisição de pontaletes, que são equipamentos para o escoramento das valas, evitando assim deslizamentos. As mesmas são para situações de até 2,5 metros de profundidade, e superior a isso o Saemba determinou como política que seja contratada empresa terceirizada especializada para tanto. Por fim, firmamos um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público do Trabalho com o objetivo de realizar diversas outras correções e melhorias de forma gradativa, conforme disponibilidade da autarquia.

Candeia – Bariri e região têm passado por forte estiagem. Isso tem comprometido o fornecimento de água no município?
Décio – Fomos agraciados com um poço artesiano “profundo” na Estação de Tratamento de Água – ETA, com produção de água maior que o nosso Manancial São Luiz nos fornecia, com a vantagem de ser excelente água e sem a necessidade de ser tratada e filtrada.

Candeia – Que medidas o senhor pretende implementar na autarquia até o fim deste ano?
Décio – O objetivo é a implantação de um plano de melhorias operacionais para correção de problemas e adequações da infraestrutura física e de equipamentos do Saemba, com a intenção de resolver os problemas existentes, da melhor forma possível, e dentro da disponibilidade orçamentária e financeira. Atualmente o processo está em tramitação. O que tenho a dizer é que o Saemba passou por grande dificuldade financeira. O melhor a ser feito é não cometer pedaladas e prestar serviços dentro da nossa realidade à população e esperar que sejamos respeitados.

Candeia – E que medidas seriam necessárias em longo prazo?
Décio – A partir de dezembro de 2024, quando terminaria o pagamento do parcelamento com a CPFL, mais sábio a fazer agora seria planejar a aquisição de uma bomba submersa reserva para substituir imediatamente em caso de problemas inesperados a que está em uso no poço artesiano da ETA. Outra medida é a substituição e aquisição de veículos e equipamentos para atender com mais rapidez e segurança aos serviços que vêm aumentando com o passar do tempo e o crescimento da cidade. Também é preciso retomar o uso do padrão nas novas ligações de água e esgoto e reduzir a inadimplência e a dívida ativa. A autarquia deve também fornecer um serviço melhor na condição que temos, e quando as condições melhorarem, fazer cada vez melhor e, finalmente, garantir que cada centavo que arrecadamos seja gasto bem e sabiamente para proteger a carteira do cidadão e do serviço público.