Carlos Henrique Lopes
“Os avanços mostram que as políticas públicas precisam sair do papel. Para isso, as pessoas precisam estar mobilizadas”
Anteontem, dia 21, foi realizada em Bariri a Conferência Municipal dos Direitos do Idoso. O consultor e professor Carlos Henrique Lopes, que coordenou a reflexão, comenta que a sociedade precisa se mobilizar para que sejam definidas políticas públicas. O próximo passo é exigir dos governantes que elas sejam colocadas em prática. Lopes reside em Santa Cruz do Rio Pardo. É formado em administração de empresas e pedagogia, com pós-graduação em comunicação nas organizações. O consultor já atuou como conselheiro estadual no Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, representando as regiões de Avaré e Marília. No ano passado esteve em Bariri na conferência da municipal da criança e do adolescente.
Candeia – Qual a importância da conferência dos direitos do idoso?
Lopes – O intuito hoje em Bariri é fazer reflexões na conferência municipal dos direitos da pessoa idosa. O governo federal convocou as conferências do idoso. Os municípios têm a incumbência de realizar essa etapa até o dia 31 de março, com o tema “Os desafios de envelhecer no século 21 e o papel das políticas públicas”. Vamos refletir sobre como esses idosos estão preparados para o envelhecimento.
Candeia – Que bom que a população vive cada vez mais…
Lopes – É uma expectativa de o brasileiro viver mais. É preciso um olhar atento à Reforma da Previdência, que começa a tramitar no Congresso Nacional. A discussão é aumentar a idade de aposentadoria porque o brasileiro está vivendo mais. Quanto mais vivemos, mais podemos desfrutar de algumas coisas prazerosas na vida, como a família e o direito ao descanso. Há necessidade de que haja políticas públicas, que devem ser executadas e que são garantidas por lei.
Candeia – O senhor atua junto às crianças e adolescentes e também junto aos idosos. O que há de comum nesses segmentos para que sejam atendidos pelas políticas públicas?
Lopes – Esses públicos têm as garantias de direitos estipuladas por leis. No caso das crianças e adolescentes pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e em relação aos idosos pelo Estatuto do Idoso. Isso reserva aos governantes um olhar de planejamento para que, de fato, as políticas públicas aconteçam. A conferência vem conferir essas políticas nos âmbitos municipal, estadual e federal. Na etapa municipal é interessante ouvir essa população para que diga o que quer. Quando o governante for fazer seu planejamento deve tentar garantir essas propostas e ideias.
Candeia – Hoje há um atendimento prioritário a idosos e outros segmentos. Há uma evolução nesse sentido…
Lopes – As pessoas não sabem o poder que têm. Hoje nessa conferência há representantes da sociedade civil e do governo que vão discutir juntos as propostas. Com o tempo isso vai resultando em melhorias. Os avanços mostram que as políticas públicas precisam sair do papel. Para isso, as pessoas precisam estar mobilizadas. O Conselho Municipal do Idoso é uma das ferramentas voltadas para a defesa dos direitos dessa população. Deve-se exigir do órgão público que se execute as políticas. Por isso, os conselhos municipais são compostos por 50% de representantes da sociedade civil e 50% de membros do governo, para que juntos possam discutir propostas. Vejo que em Bariri há uma sede de mudança.
Candeia – Qual a dinâmica das conferências relacionadas aos idosos?
Lopes – Na etapa municipal vamos tirar propostas para os três níveis de governo. Depois, teremos a etapa estadual, onde haverá representantes de Bariri que sairão da conferência municipal. Ainda este ano haverá a conferência nacional. São conferências realizadas a cada dois anos. Há uma discussão para que as propostas sejam discutidas a cada quatro anos. Em dois