As eleições municipais de domingo (6) refletiram um recado das urnas. Obviamente que os vencedores do pleito dão razão ao resultado. Já quem não conseguiu se eleger procura respostas para o desempenho abaixo do esperado.
No caso da disputa para prefeito, os grupos ligados a Airton Pegoraro, Francisco Leoni Neto e Edcarlos Pereira dos Santos trabalhavam com a possibilidade real de vitória.
Encerrada a votação, Airton venceu a eleição com 6.255 votos, ou seja, 1.500 votos a mais que o segundo colocado, Neto Leoni, que somou 4.725 votos. Edcarlos obteve 4.137 votos, ficando na terceira colocação. Fernando Foloni somou 559 votos.
O primeiro recado claro das urnas é que o atual governo (Abelardo e depois Fernando) foi desaprovado pela maioria absoluta dos eleitores.
Os principais motivos foram o processo de cassação do prefeito pela Câmara Municipal e as denúncias feitas pelo Ministério Público (MP) sobre irregularidades na licitação e no contrato da limpeza, além de outras disputas, com prisões preventivas e decisões judiciais dentro do alegado pela Promotoria de Justiça. Isso sem contar a oposição ferrenha pelo Legislativo ao longo de boa parte do governo Abelardo.
Nas três opções de mudança, pesou mais a proposta da chapa Airton e Paulo Kezo, apoiada por um grupo de quase 50 candidatos a vereador.
Os vencedores do pleito saíram vitoriosos sem apresentar propostas mirabolantes. Bateram na tecla de que é preciso estabilidade política e busca de recursos nos governos federal e estadual e junto a deputados para investimentos necessários na cidade.
No caso do Legislativo, os eleitores reelegeram três vereadores (Leandro Gonzalez, Ricardo Prearo e Myrella Soares). Rubens Pereira dos Santos retorna à Câmara após período de quatro anos.
Outros cinco eleitos são novatos: Aline Prearo, Daniel de Madureira, Gilson Carvalho, Laudenir Leonel (PL) e Roni Romão. Vereadores da atual legislatura e outros que já atuaram na Câmara e buscavam retornar não obtiveram êxito, numa demonstração de que o eleitorado queria a renovação da Casa.
Apesar da vitória na eleição majoritária, o grupo de Airton fez três das nove cadeiras. Quatro delas foram conquistadas pelo grupo de Edcarlos e duas pelo grupo de Neto Leoni.
O comando do Legislativo é incerto, mas pelos atritos recentes entre Ricardo e Airton, Leandro e Myrella, o grupo do prefeito eleito deve ter dificuldades em “fazer” a presidência da Câmara.
Num primeiro momento, os vereadores da coligação de Edcarlos podem atuar em conjunto e, com o tempo, podem ter divergência em relação a algum projeto ou tema colocado em discussão.
Olhando para daqui a quatro anos, é prematuro prever como será a disputa para prefeito. Tudo dependerá da gestão de Airton e Kezo e como estarão as forças políticas em torno dos nomes que disputaram a prefeitura neste ano e se novas lideranças irão surgir. O Candeia irá acompanhar de perto.