
“Assim como um paciente, a Saúde precisa passar por um diagnóstico amplo e preciso e receber recursos de forma cirúrgica. Caso contrário, os quase 30% de dinheiro aplicado serão insuficientes”
Nessa semana, durante audiência pública para apresentação dos resultados fiscais do segundo quadrimestre de 2025 (maio a agosto), a Prefeitura de Bariri relatou que os gastos com Saúde somaram 26,85%, isso considerando os dois quadrimestres (janeiro a agosto).
Como o mínimo exigido por lei é de 15%, o município injetou nessa área quase o dobro.
Considerando os anos anteriores, o ano de 2025 está um pouco abaixo em termos percentuais. No ano passado, de janeiro a agosto, a Prefeitura contabilizou despesas de 29,06% na Saúde. Em 2023 o montante foi de 29,1% e em 2022 de 27,61%.
Os percentuais não apresentam grandes diferenças, no entanto, o atual ano denota uma série de entraves na pasta.
Um dos problemas mais latentes foi a troca de diretores. Desde o início do governo até agora três pessoas ocuparam a chefia da Saúde. Nesse vai e vem procedimentos licitatórios acabaram atrasando.
A reclamação da população é constante com alguns medicamentos não encontrados na Farmácia Central, falta de especialidade médicas, fila para atendimentos de fisioterapia, entre outras demandas.
E na Saúde muitas vezes a demora na resolutividade de problemas acaba virando uma bola de neve, com a formação de filas e filas.
Em entrevista ao Candeia, na terça-feira (30), o diretor municipal de Saúde, José Antonio Felício Rufato, buscou dar explicações sobre o funcionamento do sistema, com as prerrogativas que cabem ao município e ao Estado.
O problema é que em muitos casos, considerando aí as decisões judiciais, a conta recai sobre os cofres públicos municipais. Para citar outro exemplo, os repasses à Santa Casa com recursos do tesouro municipal passaram em setembro de 2023 de R$ 400 mil por mês para quase R$ 1 milhão.
Matéria publicada pelo jornal na semana, em suas redes sociais, sobre contratação de serviços médicos e exames foi comemorada, no entanto, muitos internautas destacaram que é preciso investir mais em outras especialidades.
A Diretoria de Saúde deve debruçar sobre a oferta de serviços com mais qualidade, especialmente na atenção básica. Esse tipo de tarefa terá resultados em médio e longo prazos.
Um trabalho educativo e preventivo para o maior contingente possível de pessoas deverá refletir em menos gastos com medicamentos e outros tipos de procedimentos.
Mas até lá é preciso focar o trabalho em situações que exijam atenção mais urgente. Assim como um paciente, a Saúde precisa passar por um diagnóstico amplo e preciso e receber recursos de forma cirúrgica. Caso contrário, os quase 30% de dinheiro aplicado serão insuficientes.