José Ricardo Roriz, vice-presidente da Fiesp: “Fechamos dentro do previsto, mas agora temos otimismo”
Julia Moraes/Fiesp
A região de Jaú apresentou o pior desempenho no nível de emprego industrial no ano passado. A regional é composta por 11 cidades, Bariri entre elas. Os dados são do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
Entre as 36 diretorias regionais, houve variação nos resultados. Das 25 negativas, destaque para Jaú (-25,34%). Santa Bárbara D’Oeste (-17,93%) obteve o segundo pior resultado no ano e Americana, o terceiro pior (-13,86%).
Nas 11 regionais que apontaram altas, destaque por conta de Mogi das Cruzes (5,02%); Taubaté (2,67%); e Araraquara (2,27%).
Em 2018, a região de Jaú totalizou uma queda de aproximadamente 6.250 postos de trabalho na indústria. No ano passado, o nível emprego industrial na região foi positivo apenas em março (1,17%). Em relação aos outros 11 meses negativos, o pior foi maio (-7,50%).
Os três piores setores da regional de Jaú em 2018 foram produtos diversos (-75,77%), artefatos de couro, calçados e artigos para viagem (-70,66%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-27,05%).
Os três melhores foram coque, petróleo e biocombustíveis (23,60%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (20,93%) e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (15,38%).
Estado
A indústria paulista encerrou 38,5 mil postos de trabalho em 2018, variação de -1,80% sobre o ano anterior, dados sem ajuste sazonal, período em que foram perdidas 34 mil vagas.
O resultado negativo para o ano já era esperado pelos industriais do estado. De acordo com o 2º vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz, o desempenho da economia no segundo semestre ficou abaixo da expectativa, confirmando um ano de baixa na indústria paulista.
“Fechamos dentro do previsto, nada diferente do que havíamos analisado ao longo do ano. Mas agora temos otimismo. A confiança do empresário aumentou muito. Possivelmente, em 2019 vamos ampliar em 10 mil os postos de trabalho na indústria paulista. Nas nossas previsões, o crescimento do PIB deve ser de 2,5%. A perspectiva do empresário é de confiança, de um ano melhor”, disse.
Para que se concretize o cenário positivo, um dos fatores necessário é a redução da ociosidade na indústria. “A ociosidade hoje é muito grande na indústria paulista, algo em torno de 30% a 35%. Assim que ela começar a ser reduzida, vai trazer junto a alta na geração do emprego. Em um primeiro momento voltará ao funcionamento máquinas e equipamentos parados. Em seguida, as empresas vão desengavetar seus projetos e investimentos. O investimento virá bem forte, já que este é o motor do emprego”, avaliou.