
O autor e cineasta lançou “Criolando – O anjo das flores”, que mergulha em figuras mais emblemáticas da cultura popular de Jaú, o Criolando (Divulgação)

A biblioteca da Unoeste, no campus de Jaú, foi palco de uma noite marcada pela celebração da literatura e da cultura regional. Na última quarta-feira (8), o autor e cineasta Ricardo Rodrigues recebeu alunos, professores e a população jauense para o lançamento do livro “Criolando – O anjo das flores”.
A obra mergulha nas origens de uma das figuras mais emblemáticas da cultura popular de Jaú, o Criolando. Reza a lenda que ele tinha o dom de prever a morte, e, mesmo após sua partida, muitos ainda acreditavam em milagres atribuídos a ele.
“Conheci a história de Criolando quando tive o prazer de interpretá-lo como protagonista em um curta-metragem, em 2011. Como ator, pesquisei bastante sobre o personagem, conversei com pessoas que o conheceram e fiquei impressionado com o que vi”, comenta Ricardo Rodrigues
Durante as gravações realizadas nas ruas, Ricardo relembra que muitas pessoas se emocionavam ao vê-lo caracterizado como Criolando. A experiência o marcou tanto, a ponto de inspirá-lo, 11 anos depois, a iniciar a escrita do livro, em 2022.
“Ele tinha um jeito infantil de ver o mundo. Andava pelas ruas montado num cavalinho de bambu, com flores na mão e tinha esse dom peculiar: prever a morte”, relata.
Envolvido ao contar a história, Ricardo relembra que Criolando saía do distrito de Potunduva e percorria 20km sob a vicinal de terra que ligava até a cidade de Jaú. “Às vezes, a pessoa não tinha morrido ainda, os familiares não sabiam. Ele chegava, batia na porta da casa, entregava as flores e depois de um tempo chegava a notícia”.
Criolando faleceu aos 74 anos e, por não haver registros completos sobre sua trajetória, a obra foi desenvolvida como uma ficção inspirada em sua figura. O livro apresenta projeções sobre quem ele poderia ter sido em vida, começando em sua infância, um menino de 8 anos negro com deficiência mental, construindo uma narrativa permeada por fé, mistério e humanidade.
Sobre realizar a noite de autógrafos na Unoeste, Ricardo afirmou ter se sentido em casa e agradeceu pela recepção. “Também sou professor, arte-educador, então tenho um carinho especial por espaços como a sala de aula e a biblioteca. Isso aqui é a minha praia”, brincou. (Fonte: Assessoria de Imprensa)
























