O dueto traz apresentação em forma de leitura e canto do livro “A Força da Palavra”, de Paola Torres, com ilustrações de Jo Oliveira (Divulgação)
O dueto “Poesia com Melodia” realiza várias apresentações para contar a história de Maria Firmina dos Reis, uma mulher negra, filha de escrava, nascida nos tempos do império, mas que se tornou a primeira romancista da América Latina. A atividade integra programação em comemoração ao mês da Consciência Negra.
O dueto é formado pela autora e professora de inglês Cleo Santos e pela cantora e influenciadora digital Camila Beatriz, ambas integrantes da Associação Cultural Quilombo de Bariri.
A ideia de juntar a poesia contida no cordel escrito por Paola Torres com a música de Milton Nascimento surgiu como uma forma diferenciada de contar histórias de grandes heroínas negras, que foram esquecidas pelos livros oficiais do país.
Ao todo, serão cinco apresentações, entre os dias 19 de novembro a 11 de dezembro. (Confira programação in box).
Segundo elas, o “Poesia com Melodia” foi contemplado pela Lei de incentivo cultural Aldir Blanc, através da Prefeitura de Bariri. “A iniciativa é fundamental para ajudar artistas, artesãos e outras pessoas a oferecer cultura à população de maneira gratuita”, destacam.
O livro
“A Força da Palavra” conta em forma de cordel a vida e a obra da escritora negra Maria Firmina dos Reis. Autora do livro Ursula, ela é considerada a primeira escritora abolicionista da América Latina.
Esquecida pelos livros de história, Maria Firmina viveu no século 19, sendo filha de mãe escravizada e de um homem branco, encontrou nos estudos a força que precisava para criticar o sistema escravocrata em que vivia, delatando as injustiças sociais e sendo a voz de milhares de escravizados.
Maria Firmina escreveu romances, musicas, contos, poesias e muito mais. Sua luta pela abolição precede ao poeta Castro Alves.
Além de entreter, as apresentações da dupla têm como objetivo incentivar a leitura poética e anunciar Maria Firmina dos Reis como mulher forte, abolicionista, autora, incentivadora da Educação universal para todos mas esquecida pela nossa sociedade.
O nome de Firmina tem sido trazido de volta pelos movimentos antirracistas como figura de exímia importância no contexto histórico e literário de nosso País.