
Ana Cláudia Moço Martins, Clarina Genaro, Cristiane de Sousa Mogioni e Rita de Cássia Cavalheiro Pegoraro (Fotos Divulgação)
Neste sábado (8) é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas na década de 1970, representando a longa batalha das mulheres por igualdade de condições em relação aos homens. Inicialmente centrado na demanda por salários equiparados, hoje em dia transcende essa questão, simbolizando a luta contra o machismo, a violência e todas as formas de discriminação enfrentadas pelas mulheres. Para tratar do tema, o Candeia ouviu quatro mulheres com atuação no município. Elas abordam os avanços em função da data e o que ainda é necessário para que os direitos das mulheres sejam plenamente respeitados. Confira:
ANA CLÁUDIA MOÇO MARTINS
Psicóloga e sócia das clínicas Cliins e Cliins Supera
“O Dia Internacional da Mulher carrega consigo o peso de uma história de lutas e transformações. Hoje, olhamos para trás e vemos avanços significativos, mas também reconhecemos que muitas barreiras ainda precisam ser derrubadas. O impacto da desigualdade de gênero vai muito além do profissional, afeta a autoestima, os relacionamentos e até a forma como as mulheres enxergam a si mesmas. A sobrecarga mental, a desigualdade salarial e a violência psicológica são questões que precisam ser discutidas. Mulheres ainda são ensinadas a cuidar de tudo e de todos antes de si mesmas, a serem resilientes em excesso e a aceitarem sobrecargas como algo natural. A verdadeira igualdade só será alcançada quando todas tiverem acesso ao respeito, à liberdade de escolha e à valorização de sua saúde mental.”
CLARINA GENARO
Presidente do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Bariri (CMPDCN), conselheira do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de São Paulo e gestora de projetos sociais e produtora cultural
“Ser mulher é carregar no peito a força de tantas que vieram antes de nós, que lutaram pelo direito de existir com dignidade, respeito e liberdade. Mas, mesmo com tantas conquistas, ainda enfrentamos desafios diários, seja no trabalho, na sociedade ou dentro de nossas próprias casas. Muitas mulheres vivem sob a sombra da violência – não apenas a física, que deixa marcas visíveis, mas também a psicológica, que mina sua autoestima e sua liberdade. O medo, a dependência financeira e a preocupação com os filhos fazem com que muitas permaneçam em relacionamentos abusivos, sem enxergar uma saída. O peso da responsabilidade recai sobre elas, mas é preciso lembrar: nenhuma mulher está sozinha. Precisamos de mais apoio, mais oportunidades, mais segurança. Precisamos ser ouvidas e respeitadas. Toda mulher tem o direito de ser independente, de buscar seus sonhos e de viver sem medo. Nossa luta não é apenas por nós, mas por todas que virão. Mulheres, vocês podem ser e podem exercer seus direitos!”
CRISTIANE DE SOUSA MOGIONI
Advogada e presidente da subseção de Bariri da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
“Acredito que mais do que importante, ainda é necessário celebrar o Dia Internacional da Mulher, e não apenas como uma data festiva, mas como um momento de reafirmação da luta por igualdade. O Dia das Mulheres, celebrado em 8 de março, tem origem em movimentos históricos por melhores condições de trabalho, direitos políticos e igualdade social. Oficializado em 1975 pela ONU, a data nos lembra das conquistas que tivemos ao longo do tempo, como o direito ao voto, o acesso à educação, a profissionalização e leis que garantem proteção contra a violência de gênero. No entanto, os desafios ainda são muitos. A desigualdade salarial persiste, a sobrecarga da dupla jornada continua sendo uma realidade para a maioria das mulheres, e a violência de gênero ainda faz vítimas diariamente. Além disso, apesar das leis de proteção, muitas mulheres enfrentam dificuldades para acessar a justiça e garantir seus direitos na prática. Portanto, celebrar essa data não significa apenas lembrar das vitórias conquistadas, mas reforçar a necessidade de mudanças reais e estruturais. É preciso garantir a aplicação efetiva das leis, ampliar a presença feminina em espaços de poder e decisão, combater a cultura da violência e promover políticas públicas que assegurem igualdade de oportunidades. O Dia Internacional da Mulher deve ser, acima de tudo, um compromisso contínuo com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde todas as mulheres possam viver com dignidade, respeito e segurança.”
RITA DE CÁSSIA CAVALHEIRO PEGORARO
Professora, primeira-dama do município de Bariri e presidente do Fundo Social de Solidariedade
“O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, traz à tona as conquistas, os desafios e a luta contínua das mulheres pela igualdade, respeito e liberdade em todas as esferas da sociedade. A mulher, em todos os contextos, continua a ser uma força essencial de mudança. No entanto, a disparidade salarial, a violência doméstica, a invisibilidade em cargas de liderança e o preconceito ainda são barreiras significativas que limitam a plena realização dos direitos femininos. Que esta data seja, acima de tudo, um convite à reflexão. Porque o Dia Internacional da Mulher não é apenas sobre flores ou jantares especiais. É sobre romper as barreiras invisíveis que ainda a cercam. É sobre desafiar os papéis que a sociedade insiste em impor. É sobre olhar para as mulheres e reconhecer sua humanidade, sua força, sua dignidade. Mulheres que, muitas vezes em silêncio, vão construindo o futuro. Mulheres que não precisam ser apenas celebradas, mas, acima de tudo, precisam ser ouvidas, reconhecidas e respeitadas. Porque elas são protagonistas de suas próprias histórias, e não coadjuvantes de uma trama que nunca as teve como prioridade.”