Irene, diretora de Saúde, e Aline, médica responsável pelo ambulatório: explicações sobre quarta morte por Covid-19 em Bariri – Divulgação
Alcir Zago
Reunião na tarde de terça-feira (14) entre a promotora de Justiça Gabriela Silva Gonçalves Salvador, o prefeito Francisco Leoni Neto (PSDB) e a diretora municipal de Saúde, Irene Chagas Rangel, resultou na perda de eficácia de decreto publicado pelo Executivo para retardamento na divulgação de mortes (confirmadas ou suspeitas) de Covid-19 no município.
Neto Leoni assinou o documento no dia 10 de julho após comentários – incluindo as redes sociais – de que uma mulher residente em Bariri não teria vindo a óbito dias antes em decorrência do novo coronavírus.
Conforme o decreto, o Comitê de Prevenção e Enfrentamento da doença, a rede pública de Saúde e a Santa Casa de Bariri só poderiam passar informações sobre óbitos após 10 dias da morte da pessoa. Nesse intervalo, as informações deveriam ser confirmadas e comprovadas.
Por causa da edição do decreto, Gabriela Salvador solicitou reunião com o prefeito e a diretora de Saúde.
De acordo com Irene, o pedido feito pela promotora é que houvesse continuidade na divulgação na íntegra dos boletins à imprensa. A legislação determina que os dados não podem ser omitidos e nem repassados de forma parcial.
Na quarta-feira (15) o informe epidemiológico do comitê trouxe informações sobre o quinto óbito relacionado à Covid-19 no município, ocorrido um dia antes.
Dessa forma, é possível que o decreto do prefeito passe por ajustes ou seja revogado. O Candeia entrou em contato com o prefeito, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Boletins
No sábado (11) Irene e a médica responsável pelo ambulatório da Central de Emergência ao Coronavírus, Aline Franco Gonçalves, falaram à imprensa a respeito da quarta morte pela Covid-19.
Segundo a diretora, os números informados em boletins não são inventados e são repassados, antes da imprensa, ao Ministério Público, Ministério da Saúde e Tribunal de Contas do Estado.
Destacou que Bariri não recebe recursos a mais por causa de óbitos ou casos confirmados da doença.
Irene disse também que laudo assinado por médico da Santa Casa de Jaú atestou o óbito da mulher por Covid-19.
A médica Aline explicou que todo o atendimento dado à paciente foi na Santa Casa de Jaú.
A causa da morte chegou ao ambulatório local por informação da Vigilância Epidemiológica de Jaú.
A internação da mulher ocorreu no dia 20 de junho, e o resultado do exame ficou pronto quatro dias depois.
Em sua opinião, a repercussão negativa deve-se a uma possível falha de comunicação da Santa Casa de Jaú com a família da mulher.
Sobre o velório ter sido com caixão aberto, Aline explicou que a morte ocorreu após 14 dias da chegada do resultado do exame. Se fosse antes desse período o velório teria de ser feito com o caixão lacrado.