Composição 1_1

Chocolate foi morto com golpes de madeira e telha em janeiro deste ano (segunda foto)

Advogado Guido Sérgio Basso perdeu a vida depois de entrar em imóvel para fazer medições, fato ocorrido em julho (quarta foto)

No dia 24 de setembro estudante Mariana Forti Bazza foi vítima de latrocínio após deixar academia (primeira foto)

Ajudante Luis Isaias Zago envolveu-se em briga no domingo passado e foi morto por golpes de faca (terceira foto)

Alcir Zago

A morte do ajudante Luis Isaias Zago, 35 anos, na noite do domingo, dia 6, marcou a quarta morte violenta em Bariri neste ano. Foram três homicídios e um latrocínio no município desde janeiro.
A Fundação Seade disponibiliza dados de criminalidade a partir de 2001. Nesse período, somente em dois anos houve quatro ocorrências em que pessoas perderam a vida por causa de homicídio doloso e latrocínio em Bariri: 2006 e 2012 (veja quadro). Nos demais anos os delitos dessa gravidade foram inferiores a esse montante.
Por volta das 19h30 do domingo, dia 6, Zago e o pedreiro José Ferreira Costa, 64 anos, desentenderam-se em bar situado na Rua Paschoal Bolini, no Jardim Paulista, em Bariri.
A Polícia Militar (PM) tomou conhecimento do crime e foi ao local. Chegando lá as partes estavam sendo socorridas.
Os policiais apuraram que Zago e Costa discutiram e depois passaram a se agredir. Mais tarde, o pedreiro apoderou-se de uma faca que estaria em seu veículo e desferiu dois golpes contra o ajudante.
No pronto-socorro (PS) de Bariri Zago veio a óbito. A polícia não conseguiu colher a versão de Costa por causa dos ferimentos que teve.
Uma testemunha confirmou o desentendimento entre as partes e que viu o pedreiro de posse da faca.
Autoridade policial determinou a prisão em flagrante de Costa, que ficou sob escolta policial no PS. Na segunda-feira, em audiência de custódia, a Justiça determinou que o pedreiro respondesse ao crime em liberdade.

Outros casos

O primeiro crime violento em 2019 ocorreu no dia 11 de janeiro. Júlio Cesar da Silva, 38 anos, conhecido por Chocolate, deu entrada na Santa Casa de Jaú três dias antes com ferimentos nas pernas, braços, costas e cabeça.
Conforme o boletim de ocorrência, ele foi espancado com golpes de madeira e arremessos de telha por três suspeitos na Avenida Doutor Antônio Galízia, no bairro Livramento, em Bariri.
As agressões teriam sido motivadas por dívida de R$ 10 em droga. No mês seguinte a Polícia Civil de Bariri prendeu três pessoas acusadas do crime.
No dia 2 de julho Cesar de Aguiar, 66 anos, foi detido pela PM por supostamente ter provocado a morte do advogado Guido Sérgio Basso, 61 anos, morador de Bastos. Depois, Aguiar foi colocado em liberdade em audiência de custódia.
As partes tiveram entrevero após Basso ter entrado em imóvel onde estava Aguiar no centro de Bariri. A casa foi adquirida pelo advogado em leilão. O intuito de Basso era fazer medições da residência para unificação de escrituras.
No dia 24 de agosto a estudante Mariana Forti Bazza, 19 anos, desapareceu após deixar a academia onde treinava, na Avenida José Jorge Resegue (Avenida do Lago).
Câmeras de segurança e uma foto tirada por ela de um homem que ofereceu ajuda para trocar um pneu furado levaram a polícia até Rodrigo Pereira Alves, o Rodriguinho, 37 anos.
O veículo foi dirigido pela jovem a uma chácara em frente da academia, onde Alves fazia bico como pintor.
Após fugir da polícia, ele foi preso na noite de terça-feira, dia 24, em Itápolis. O carro da estudante, um VW de cor preta, estava naquela cidade. No dia 3 de outubro a Polícia Civil de Bariri relatou o inquérito sobre a morte da jovem.

Ação inesperada

Presentes à reunião do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Bariri na terça-feira, dia 8, o tenente da Polícia Militar (PM) Luiz Alberto de Oliveira Júnior e o escrivão da Polícia Civil Paulo Egídio Grigolin comentaram os casos violentos em Bariri no ano.
Segundo eles, os crimes violentos trataram de ação humana inesperada, com dificuldades de que fosse feita prevenção.
Luiz Alberto mencionou que Chocolate foi morto com pedaços de pau. No caso do homicídio no centro da cidade, Aguiar estava com arma dentro de casa. Em relação à morte de Mariana, Alves utilizou as próprias mãos para praticar o delito.
O tenente aponta que em todos esses casos, incluindo a morte de Zago, os acusados não portavam armas em via pública.
De acordo com ele, os dados estatísticos mais recentes demonstram que as metas estão sendo atingidas.
Em relação a furtos, conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram 194 ocorrências de janeiro a agosto (média mensal de 24). No mesmo período houve nove casos de roubo e 12 de furto de veículos.
No ano passado, Bariri registrou 383 furtos (média mensal de 31 por mês), 18 furto de veículos e 30 roubos.
Quanto às ocorrências de tráfico de entorpecentes, no ano passado foram registrados 48 delitos (período de 12 meses), contra 43 neste ano (janeiro a agosto).

Laudo aponta que universitária foi estuprada e morta dentro de chácara

O laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) de Araraquara apontou que a universitária Mariana Forti Bazza, 19 anos, foi estuprada antes de ser morta em Bariri. O documento faz parte dos autos da denúncia do Ministério Público (MP) encaminhada à Justiça nesta semana contra Rodrigo Pereira Alves, 37 anos.
O homem foi denunciado por estupro, latrocínio e ocultação de cadáver. A denúncia foi aceita pela Justiça anteontem, dia 10.
Segundo o laudo, Alves atraiu a jovem para a chácara com a promessa de consertar o pneu do carro – que, segundo o MP, ele mesmo esvaziou. Após ameaçar a vítima com uma faca ele usou pedaços da blusa dela para vendá-la e amordaçá-la.
O laudo também aponta que Mariana foi morta ainda na chácara, asfixiada com um pedaço da mesma blusa.
Ainda segundo a denúncia do MP, após o crime Alves roubou o carro, a carteira da vítima com documentos pessoais, R$ 110 em dinheiro, o celular dela e uma caixa de som.
O corpo de Mariana foi encontrado na manhã do dia 25 de setembro em uma área de canavial na zona rural de Ibitinga.
Na denúncia, a Promotoria de Justiça afirma que há provas da materialidade do crime e de autoria que implicam Alves.
O MP ressalta, ainda, que o acusado é multireincidente – ele já cumpriu pena de 16 anos por crime de roubo, sequestro, extorsão, e latrocínio tentado, e tinha saído da cadeia cerca de 30 dias antes do crime.

Fonte: G1

Número de mortes violentas em Bariri

Ano*               Homicídio doloso                 Latrocínio

2001                0                                                1

2002                0                                                0

2003                1                                                0

2004                1                                                0

2005                1                                                0

2006                2                                                2

2007                0                                                0

2008                0                                                1

2009                2                                                0

2010                2                                                0

2011                1                                                0

2012                4                                                0

2013                0                                                0

2014                1                                                0

2015                2                                                0

2016                1                                                0

2017                0                                                1

2018                0                                                0

* Fundação Seade disponibiliza dados a partir de 2001

Fonte: Fundação Seade