Suzane destaca a importância de Bariri contar com a Casa da Mulher, com serviços múltiplos que previnem situações de violência e discriminação – Divulgação
No final do ano passado, a Casa da Mulher Mariana Forti Bazza foi inaugurada em Bariri com o objetivo de prevenir situações de violência e discriminação, através de oficinas socioeducativas.
A proposta multisetorial envolve temáticas ligadas à Saúde, Assistência Social, Mercado de Trabalho e Cultura. Ainda há a oferta de atendimento especializado às mulheres vítimas de violência, por meio de orientação sociojurídica, psicossocial e da Procuradoria da Mulher.
A iniciativa foi elogiada e criou expectativa de atendimento num setor carente em Bariri. Pesou também o fato de o local levar o nome da jovem Mariana, cuja morte violenta ainda choca e traumatiza os baririenses. A ideia é que a Casa contribuía para que casos como o dela se tornem cada vez mais raros.
Como seria de esperar, a passagem de uma gestão municipal para outra, com troca de diretores responsáveis pelos serviços que integram o projeto, causou um hiato no atendimento, que a atual equipe começa a superar.
Hoje o serviço está sendo coordenado pelas Diretorias de Saúde e Ação Social do município, em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Todos com a atribuição de formular e propor diretrizes para ação governamental voltada à promoção dos direitos das mulheres.
Aproveitando o mês de março, marcado pelo Dia Internacional da Mulher (8/3), o grupo iniciou programação que pretende dinamizar os serviços e os atendimentos prestados pelo local.
Reestruturação e instrumentais
Em entrevista ao Candeia, Suzane Gabia Dinis Albranti, diretora de Ação Social, comentou o início dos trabalhos na Casa da Mulher. Segundo ela, a unidade foi inaugurada com uma psicóloga e uma agente administrativo.
De acordo com os registros, a procura pelo serviço foi pequena nos meses de janeiro e fevereiro e as demandas trazidas ainda estavam relacionadas à antiga Unidade de Atendimento Psicossocial (Uaps), tais como laqueadura e vasectomia.
O primeiro passo para a dinamização, segundo ela, foi buscar profissionais da rede e parcerias para a formação de equipe multidisciplinar, visando oferta de um serviço de qualidade. “Além da reestruturação da equipe, foi necessária a criação de instrumentais próprios, fluxos e protocolos de atendimento”, conta a diretora.
Serviços múltiplos
De acordo com Suzane Dinis, atualmente, a Casa da Mulher conta com seis áreas envolvidas na execução do serviço.
A primeira é a Assistência Social, que traz oferta do atendimento psicossocial a mulheres vítimas de violência. A área da Saúde contribui por meio de oficinas de Prevenção a Gravidez na Adolescência e Cuidados com a Gestação.
Outro setor envolvido no programa é o da Cultura, através do Projeto Ênfase, que visa resgatar a autoestima e valorizar a beleza feminina. Há ainda o setor de Desenvolvimento Econômico, com oficinas de empreendedorismo feminino e qualificação profissional.
Por último o setor jurídico, através da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que oferece orientação sociojurídica, e a Procuradoria da Mulher, para fiscalização e acompanhamento das políticas de atendimento à mulher.
Atendimento
A diretora afirma que de imediato, a partir de março, há a intensificação do atendimento oferecido através de psicóloga, para os casos de planejamento familiar e violência doméstica; orientação sociojurídica; atendimento com a Procuradora da Mulher para casos de violência e atividades remotas, como palestras e rodas de conversa.
A realização de oficinas de Saúde, Bem Estar e Autoestima, no entanto, que dependem de atividades presenciais, somente será possível quando a cidade estiver na fase amarela do Plano São Paulo de combate à Covid-19.
As mulheres podem procurar o serviço presencialmente ou pelo telefone (14) 3662-1968. Elas são acolhidas, cadastradas e após identificada a demanda, são encaminhadas aos profissionais responsáveis. A rede intersetorial e outros órgãos também podem realizar encaminhamentos.
Pioneirismo
Para Suzane, é inegável a importância de Bariri contar com a Casa da Mulher Mariana Forti Bazza. “A implantação de um centro de referência às mulheres geralmente está atrelada a municípios de grande porte ou metrópoles. Assim, Bariri – que é considerado município de pequeno porte II, conforme classificação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) – está sendo pioneiro no desenvolvimento deste serviço”, ressalta.
Ainda de acordo com a diretora, a existência da unidade é importante para prevenção, proteção e combate à violência, além de estimular o empoderamento, protagonismo e autonomia feminina na sociedade. “A efetivação do serviço é um avanço para a política municipal de atendimento aos direitos da mulher”, finaliza Suzane.
Ciclo de palestras virtuais sobre a mulher
Durante o mês de março, dedicado ao Dia Internacional da Mulher (08/03), a Casa da Mulher Mariana Forti Bazza realiza ciclo de palestras virtuais com diferentes temáticas envolvendo o universo feminino.
Os eventos ocorrem através da Plataforma Google Meet. Os interessados devem se inscrever através de formulário online. Após a inscrição, são enviados os links de acesso.
As palestras são gratuitas e direcionadas as mulheres de todas as idades. Para mais informações, entrar em contato pelo telefone (14) 36621968, das 7h às 17h.
Confira a programação das palestras virtuais:
- Dia: 15/03 (segunda)
Horário: às 19h
Tema: “Redes de Proteção e Prevenção à violência contra a mulher”.
Palestrante: Claudia Patrícia de Luna
Local: Plataforma Google Meet
Link de Inscrição:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSczs-eAo8mHLM-aP1PLvpiXKn38mGww1Ywx_sNM5aBc3aRglA/viewform?usp=sf_link
- Dia: 22/03 (Segunda)
Horário: 19h
Tema: “Maternidade: cuidados, direitos e desafios”
Palestrante: Mariana Digieri
Local: Plataforma Google Meet
Link de Inscrição:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd43fc82a3SXx90z1gFv2a8ZwFUcq42fcXY5KSzlTe3LxD6zQ/viewform?usp=sf_link
- Dia: 29/03 (segunda)
Horário: 19h
Roda de Conversa: “Mulheres na Política”
Participantes: Ana Paula Nunes, Fátima Pelaes, Maria do Carmo Guilherme, Lidiane L. Rodrigues.
Local: Plataforma Google Meet
Link de Inscrição:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSehaHsNCvHaRtnzXY5eudmaal25OXkgAu_yB5LprXGGp7UPJg/viewform?usp=sf_link
Evento apresenta serviços da Casa
Alcir Zago/Candeia
Na tarde de quarta-feira (3) foi realizada entrevista coletiva na Diretoria Municipal de Educação para apresentação dos serviços da Casa da Mulher Mariana Forti Bazza e eventos que ocorrerão em março por ocasião do Dia Internacional da Mulher.
Estiveram presentes o prefeito Abelardo Maurício Martins Simões Filho (MDB), primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Anaí Lagatta Padovani Martins Simões, diretora Municipal de Ação Social, Suzane Gabia Dinis Albranti, diretora municipal de Educação e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Stefani Edvirgem da Silva Borges, advogada e membro do conselho Gislaine Cristina Sorendino e cabo da Polícia Militar (PM) e representante do conselho Marli da Rocha Galvão.
Na ocasião, Suzane disse que a Casa da Mulher é um espaço destinado aos direitos e convivência para mulheres serem atendidas nas áreas de saúde, cultura, ação social, lazer e bem-estar.
Marli destacou dois serviços oferecidos pela PM. Um deles é o Aplicativo SOS Mulher. Segundo ela, a mulher vítima de violência faz o boletim de ocorrência e solicita a medida protetiva.
Com o número da medida em mãos, ela baixa o aplicativo no celular. Se precisar de socorro, aperta botão de urgência. A viatura mais próxima é acionada para ir ao socorro da mulher.
Outro serviço é o Visita Solidária. Nesse caso, a mulher vítima de violência, depois que elabora o boletim de ocorrência, recebe a visita de policial para verificação da situação dela.
A advogada Gislaine Sorendino explicou que a Comissão da Mulher Advogada (OAB) é parceira do projeto em Bariri. Inicialmente há atendimento jurídico de forma remota por advogadas e de forma voluntária. Quando houver necessidade, o atendimento pode ser presencial.
Abelardo comentou que a Casa da Mulher é a porta de entrada para as mulheres que necessitam de vários tipos de atendimento. Conforme o caso, a demanda é encaminhada para setores da administração municipal, como Saúde e Assistência Social. Segundo ele, sem o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher o funcionamento da casa teria pouca efetividade.